Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Mortalidade de criancas oncologicas por sepse após implementação de protocolo institucional (“Time de Sepse”)

Resumo

Introdução: Sepse pode ser conceituada como síndrome secundária à resposta desregulada do hospedeiro frente a uma infecção, podendo levar a disfunção orgânica ameaçadora a vida. O paciente imunocomprometido e’ um hospedeiro vulnerável a infecções, podendo evoluir rapidamente para sepse, choque séptico e óbito. Na tentativa de diminuir tal mortalidade, foi implementado um protocolo institucional de diagnostico precoce com ficha de triagem, ressuscitação volumétrica e antibioticoterapia na 1ª hora de tratamento, além do gerenciamento dos casos por um grupo multidisciplinar, o “Time de Sepse”.
Objetivos: Determinar a mortalidade por sepse, progressão para choque séptico e adesão ao pacote de medidas do protocolo institucional na 1a hora de tratamento da sepse, em um hospital oncológico pediátrico.
Metodos: Coorte retrospectiva de todos os pacientes oncológicos pediátricos internados na instituição, de janeiro 2017 a dezembro 2021, para os quais houve abertura de ficha de triagem para sepse. Para a análise de tendencia, foi utilizado o modelo linear pelo método de Prais-Winsten, considerando “anos” como variáveis independentes e os desfechos “óbito em 30 dias”, “choque séptico” e “percentual de adesão ao protocolo” como variáveis dependentes. Também foram analisados o número de admissões hospitalares e o número de protocolos abertos. As mudanças percentuais anuais foram calculadas como APC= [-1+e^b1]*100, onde e = base de logaritmos naturais e b1 e o coeficiente beta da regressão.
Resultados: Foram analisados dados de 427 pacientes. A mortalidade em 30 dias após o início do protocolo de sepse foi de 13,8%. Ao longo de 5 anos, houve aumento do número de admissões (abertura de novos leitos), sendo 1510 em 2017 ate 2123 em 2021 (APC 10.7%, p = 0.0019). O número de notificações / protocolos abertos foi de 36 em 2017, ate o máximo de 127 em 2020 (APC 25.8%, p = 0.06). A mortalidade em 30 dias foi de 27.7% em 2017 a 10.8% in 2021 (APC -6.8%, p = 0.6). Houve uma redução significativa do número de casos que progrediram para choque séptico (máximo 36% em 2017, mínimo 22% em 2020; APC -7,8%, p = 0.0011). A adesão ao protocolo teve um mínimo de 55% em 2017 e um máximo de 76% em 2020 (APC 2.6%, P = 0.23)
Conclusões: À medida que a adesão ao protocolo aumenta e o protocolo institucional se consolida, há aumento do número de notificações, diminuição da progressão de sepse para choque séptico e uma tendencia a diminuição da mortalidade nesses pacientes.

Área

Terapia de suporte

Autores

Dafne Cardoso Bourguignon Silva, Maria Aparecida Aguiar Silva, Jeferson Adriano Perrud, Rafael Teixeira Azevedo, Giovanna Moncinhatto Bolzan, Orlei Ribeiro Araujo