Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

“Eu me considerei um pé de ipê... Sozinho, mas florescido depois, com bastante semente e tudo florescido ao meu redor”: percepções de adultos jovens sobreviventes de leucemia linfoblástica aguda na infância: um estudo qualitativo.

Resumo

Introdução: Os avanços no tratamento da leucemia linfoide aguda (LLA) na infância aumentaram o índice de cura, porém os adultos jovens sobreviventes (AJS) representam um grupo de risco para efeitos tardios biopsicossociais e comprometimentos na qualidade de vida (QV). As sequelas físicas marcadas por radioterapia craniana e quimioterapia, podem ultrapassar a dimensão corpórea e ganhar o status de sequelas subjetivas e interferir por muitos anos na vida do sobrevivente. Objetivo: Discutir os significados atribuídos por AJS de LLA na infância potencialmente estruturantes de seus comportamentos e explorar a experiência desta vivência. Método: Foi utilizado o método clínico-qualitativo, com entrevistas individuais e roteiro de questões semidirigidas, abertas e em profundidade, com AJS que compareceram ao Ambulatório Após o Término da Terapia, em um hospital oncológico. A amostra foi intencional e fechada por saturação. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE: 6790.0.000146-11. Resultados: Foram incluídos 22 AJS (10 do sexo feminino e 12 do sexo masculino), + 18-33 anos. A idade ao diagnóstico variou entre 2 e 16 anos de idade. 72.7% dos AJS realizou a modalidade de tratamento com quimioterapia e 27.2% a modalidade de quimioterapia e radioterapia craniana e 18.1% apresentou efeitos tardios em decorrência do tratamento. A partir da análise de conteúdo, foram identificadas 3 categorias: (1) percepção do tratamento: lembranças, restrições e ressignificações; (2) crescimento pós-traumático e preocupações futuras e (3) percepções sobre a QV. Conclusão: A paralisação com o impacto do que foi vivenciado comprometeu momentaneamente a capacidade de superação e de resiliência. A possibilidade de ressignificar permitiu uma reorganização psíquica através de um sentimento de crescimento pós-traumático e plenitude do viver após um grande trauma. As percepções sobre a QV foram associadas ao sentimento de bem estar, viver bem, viver o momento e à importância de ter uma profissão e lazer.

Área

Psicologia

Autores

PAULA Elias ORTOLAN, Elisa Maria Perina, Maria José Mastellaro, Silvia Regina Brandalise