Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO DISTRESS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO ATENDIDOS EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DO SUL DO BRASIL: ESTUDO PILOTO
Resumo
INTRODUÇÃO: O distress é definido como o impacto psicossocial gerado pelo adoecimento oncológico que mobiliza uma experiência emocional desagradável. OBJETIVO: Avaliar o distress de crianças e adolescentes em tratamento oncológico. MÉTODO: Estudo piloto do tipo transversal, com amostragem não probabilística por conveniência. A coleta de dados foi realizada em um hospital pediátrico do Sul do Brasil, ocorrido no período de fevereiro a junho de 2022. A população constituiu-se de pacientes com idade entre 5 e 17 anos que estivessem em tratamento oncológico. Foram excluídos os pacientes com quadro clínico instável e que estivessem em situação de isolamento imunobiológico. Até o momento, foram identificados 15 pacientes elegíveis, no qual 9 foram incluídos. Excluiu-se 6 pacientes, 4 por isolamento imunobiológico e 2 nos quais o responsável não autorizou a participação do infante. Coletou-se dados sociodemográficos e clínicos, além da aplicação do instrumento distress thermometer (DT) - piloto para a pediatria - e da posterior avaliação da usabilidade do DT. Utilizou-se estatística descritiva para a caracterização dos participantes do estudo e para a análise dos achados no DT. Pesquisa aprovada pelo comitê de ética da instituição. RESULTADOS: Predominou o sexo masculino com 62,5% (n=5). A idade média foi de 9,5±4,4 anos com tempo médio de tratamento de 5,75±3,5 meses. A neoplasia prevalente foi a leucemia linfóide aguda 37,5% (n=3) e o tratamento mais empregado foi a quimioterapia 62,5% (n=5). O DT atingiu
uma média de 8±2,96 pontos, e o sentimento causador do distress mais frequente foi a preocupação/ansiedade 37,5% (n=3). Em relação ao preenchimento do instrumento, 87,5% (n=7) dos participantes levaram até 5 minutos e 12,5% (n=1) de 5 a 10 minutos. Todos os participantes afirmaram que o instrumento tinha perguntas claras e objetivas, que tinham familiaridade com as palavras descritas nele e que o formato do instrumento era adequado. CONCLUSÃO: o distress precisa ser tratado como um elemento crítico no cuidado oncológico, devendo ser mensurado em intervalos apropriados, a exemplo do que é feito com outros sinais vitais. No Brasil, não há evidência de propostas semelhantes, o que é prejudicial para uma prestação de cuidados efetiva. A escala do DT, que ainda não é validada para crianças no Brasil, possibilitaria que profissionais que lidam na assistência consigam avaliar de forma fácil e rápida seus pacientes
Área
Enfermagem
Autores
Lucas Paulo de Souza, Juliana dos Santos Barbosa, Danielle Pletes dos Santos, Ana Cristina Wesner Viana, Gisele Pereira de Carvalho