Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO FUNCIONAL DE PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS APÓS ALTA DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Resumo

INTRODUÇÃO: A população pediátrica oncológica abrange uma variedade de diagnósticos, com potenciais complicações relacionadas ao tumor e/ou ao tratamento, que podem levar à necessidade de suporte de terapia intensiva. Após a doença crítica, pode ser desenvolvida fraqueza muscular, levando a fadiga e perda funcional. OBJETIVO: Avaliar a capacidade funcional de crianças e adolescentes após a alta da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) oncológica. MÉTODO: Estudo prospectivo, longitudinal, de coorte, desenvolvido no Setor de Pediatria do INCA/MS. Foram incluídos: idade entre 0 e 18 anos; admissão por causa clínica ou cirúrgica na UTIP; permanência maior do que 24 horas na UTIP. Foram excluídos os pacientes previamente dependentes de ventilação mecânica. Em até 24 horas após admissão, foram aplicadas as escalas Lansky (menores de 16 anos) e Karnofsky (maiores de 16 anos), e Functional Status Scale (FSS) pediátrica. Foram coletados dados demográficos e de tratamento nos prontuários físico e eletrônico. Em até 48 horas após a alta da UTIP, os pacientes foram reavaliados com as mesmas ferramentas. RESULTADOS: 53 pacientes foram incluídos no estudo, porém apenas 40 foram reavaliados na enfermaria após a alta da UTIP. Idade média de 7,4 ± 4,8 anos, sendo 56,6% do sexo feminino. A permanência média na UTIP foi de 11,6 ± 15,44 dias, sendo a principal causa de admissão o pós-operatório (35,8%). 30,1% dos pacientes tinham diagnóstico de tumor de Sistema Nervoso Central, e 24,6% dos pacientes já haviam sido submetidos à quimioterapia previamente. 47,5% foram ventilados mecanicamente, por média de 12,6 dias. Na admissão, 60,38% dos pacientes tinham funcionalidade adequada conforme a FSS, 16,98% disfunção leve, 11,32% disfunção moderada, 5,66% disfunção grave e 5,66% muito grave. Após a alta, houve redução na proporção de pacientes com funcionalidade adequada (50%) e aumento na de pacientes com disfunção moderada (35%). Houve aumento significativo na pontuação na FSS após o período de internação na UTIP (p=0,028), e redução na Lansky/Karnofsky (UTIP: mediana = 80%; enfermaria: mediana=60%; p=0,001). Observa-se uma correlação negativa entre o tempo de UTIP e a pontuação nas escalas Lansky/Karnofsky obtida na reavaliação após alta (r = -0,36; p=0,01). CONCLUSÃO: Os pacientes oncológicos pediátricos apresentam piora da funcionalidade após internação na UTIP, diretamente relacionada ao tempo de permanência.

Área

Reabilitação

Autores

BEATRIZ CUNHA, RACHEL CUNHA, MARIÂNGELA PERINI, DIANA KELLY SILVA, THAÍS SILVA SOUZA, VALMARA SANTOS PEREIRA, CLÁUDIA RABELLO