Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

PERFIL DAS INTERNAÇÕES POR CÂNCER INFANTOJUVENIL NO BRASIL ANTES E DURANTE A PANDEMIA PELA COVID-19

Resumo

Introdução: No Brasil, o câncer representa a primeira causa de óbito por doença, entre crianças e adolescentes. Diante de seu impacto a nível de saúde pública, este trabalho objetiva apresentar um panorama das internações por neoplasias na faixa etária pediátrica em período anterior à pandemia pela COVID-19 e durante essa. Metodologia: Estudo transversal, realizado com base em dados epidemiológicos da plataforma DATASUS sobre a morbidade e a mortalidade hospitalar por câncer infantojuvenil (capítulo II CID-10), em dois períodos diferentes em relação à pandemia pelo coronavírus, cada qual com 22 meses para fins de comparação: o primeiro, entre maio/2018 e fevereiro/2020 (anterior); e o segundo, entre março/2020 e dezembro/2021 (durante). Os casos foram divididos conforme a faixa etária, quais sejam: menores de 1 ano de idade, entre 1 e 4 anos, entre 5 e 9 anos, entre 10 e 14 anos e entre 15 e 19 anos. Resultados: No primeiro período, foram registradas 93207 internações, distribuídas, predominantemente, na faixa etária de 1 a 4 anos (n=24229; 26,0%), no sexo masculino (n=53320; 57,2%) e entre os diagnósticos de leucemia (n=37192; 39,9%); neoplasia maligna do osso e da cartilagem articular (n=9796; 10,5%); e neoplasia maligna de outro local mal definido secundário e não especificado (n=7941; 8,5%). Com relação à mortalidade, observou-se taxa total de 2,63, sendo maior entre os pacientes com menos de 1 ano (4,77) e neoplasia maligna de estômago (9,72). Considerando-se o segundo momento analisado, verificaram-se 90229 internações por câncer, com maior incidência entre 1 a 4 anos de idade (n=24530; 27,2%) e no sexo masculino (n= 52355; 58,0%). Durante a pandemia pela COVID-19, os principais tipos de câncer responsáveis por hospitalização foram: leucemia (n=36490; 40,4%); neoplasia maligna do osso e da cartilagem articular (n=9422; 10,4%); e neoplasia maligna de outro local mal definido secundário e não especificado (n=7177; 8,0%). Tratando-se da mortalidade, encontrou-se taxa total de 2,32, sendo maior entre os pacientes com menos de 1 ano (4,84) e diagnóstico de neoplasia maligna de junção retossigmoide/reto/ânus/canal anal (9,72). Conclusão: Durante a pandemia pela COVID-19, evidenciou-se queda de 3,2% e de 11,8% nas internações e na mortalidade, respectivamente, por câncer infantojuvenil no Brasil. Registros de base populacional são relevantes para a monitorização de mudanças no impacto da doença e da qualidade da assistência prestada.

Área

Epidemiologia

Autores

Heloísa Augusta Castralli