Dados do Trabalho
Título
Radioterapia hipofracionada, uma opção de tratamento para adenocarcinoma de pâncreas
Apresentação do caso
Paciente masculino, 62 anos com diagnóstico de adenocarcinoma de pâncreas borderline em 2020, que evoluiu com colestase, submetido a cirurgia sendo necessário colocação de stent, colecistectomia, derivação e biópsia de linfonodos. O tumor não foi ressecado devido acometimento de artéria mesentérica superior.
Elegível a quimioterapia neoadjuvante, realizou 9 ciclos de Folfirinox até maio de 2021.
A ressonância magnética (RM) com Primovist realizada após término da quimioterapia evidenciou lesão acometendo 25% da artéria mesentérica superior sem plano de clivagem, e redução do volume tumoral.
Após resposta parcial foi indicada radioterapia hipofracionada, na dose de 30Gy em 5 frações com boost concomitante de 35Gy na área de acometimento vascular, usando a técnica VMAT no acelerador linear Versa HD com IGRT diário.
Discussão
O câncer de pâncreas é responsável por 2% das neoplasias malignas e corresponde a 4% do total de mortes por essa doença. Em cerca de dois terços dos casos, o tumor acomete a cabeça pancreática e em um terço, o corpo e a cauda.
O âncer de pâncreas pode ser dividido em três grupos:
Câncer pancreático ressecável (estágio I ou II; 15%), localmente avançado irressecável (LAPC) (estágio III; 35%) e doença metastática (estágio IV; 50%) segundo Mustafa Suker et al. 2018.
O tratamento definitivo é a ressecção cirúrgica, e a escolha do procedimento depende do tamanho, localização e da possível invasão de órgãos adjacentes.
Alguns centros consideram que quase todos os pacientes que parecem ter câncer de pâncreas "potencialmente ressecável" devem ser considerados como tendo doença "limítrofe ressecável", pois consideram a imprecisão da imagem e as taxas altas de margem positiva está associada a uma baixa sobrevida global. O tratamento nestes casos é motivo de controvérsia.
A radioterapia representa uma opção de tratamento complexo e com técnicas em rápida evolução como a Radioterapia estereotáxica corpórea (SBRT) podendo vir a contribuir cada vez mais para melhores desfechos em casos selecionados.
Ele obteve resposta parcial a quimioterapia, comprovada pelos exames de imagem.
Durante e após a radioterapia não foram observadas toxicidades relacionadas a mesma.
Comentários Finais
Tratamento concluído com boa tolerância, a espera de iniciar seguimento com novos exames para prosseguir com avaliação da cirurgia.
Palavras-chave
SBRT , pâncreas
Área
XXII Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia
Autores
ANA LUCIA LIMA, ROSANA RODRIGUES ANDRADE , MARIA CAROLINA LOPES PERDIGÃO