XXIII Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Dados do Trabalho


Título

Impacto Dosimétrico da Ferramenta Aperture Shape Controller® em Planejamento Radioterápico para Câncer de Próstata

Introdução

A técnica de tratamento Radioterapia Volumétrica Modulada em Arco (VMAT) realiza intensa modulação do colimador multilâminas (MLC) para atingir melhor conformação e homogeneidade na distribuição de dose. Porém, tal modulação pode prejudicar a exatidão do cálculo da dose e aumentar a incerteza do processo de verificação e de entrega da dose. A ferramenta Aperture Shape Controller (ASC) promete limitar a complexidade do planejamento em VMAT através da suavização do movimento do MLC, o que diminui estas incertezas.

Objetivo

O objetivo do presente trabalho é avaliar o impacto da ferramenta ASC no número de unidades monitoras (MUs), nas restrições de dose dos órgãos de risco (OARs) e na cobertura de dose sobre o volume alvo de planejamento (PTV). Além disso, determinar o índice de conformidade (CI) na curva de isodose de 95%.

Método

Foram incluídos 10 pacientes tratados com tumor de próstata de baixo e intermediário risco e possibilidade de envolver vesícula seminal submetidos ao protocolo CHHiP com dose total de 60 Gy, em 20 frações de 3 Gy. Os planejamentos foram reotimizados com a ferramenta ASC no modo Very High e nenhum outro parâmetro foi modificado. Os planejamentos originais e os reotimizados foram comparados através da avaliação da cobertura do PTV, da dose em reto e bexiga e da mudança no número de MUs e de CI.

Resultados

Os resultados da comparação mostraram que houve uma diminuição na cobertura do PTV de, em média, 0,03%, um acréscimo da dose para as restrições de bexiga e de reto de, em média, 2,43% e 11,7%, respectivamente. A maior diferença percentual na avaliação de OARs se deu na restrição de dose de 60 Gy em 3% do volume do reto que passou de 2,46% para 4,76% com a ASC. Já as unidades monitoras, diminuíram 12,67% em média, no qual todos os planejamentos mostraram redução. A maior restrição de unidades monitoras foi de 25,83%, passou de 871 UM para 646 UM. Para o índice de conformidade, 8 dos 10 planejamentos apresentaram melhora com a utilização da ferramenta em que a maior diferença entre o planejamento referência e o planejamento com ASC foi de 2,96%.

Conclusão

De forma geral, a aplicação da ferramenta ASC, em modo Very High, não impactou significativamente nas restrições de dose e cobertura do PTV. Houve uma melhora na qualidade dos tratamentos através do progresso no CI e, consequentemente, diminuição nas MUs. Pretende-se, no futuro, expandir este trabalho para uma amostra maior de planejamentos e avaliar a ferramenta ASC juntamente com a ferramenta limite de MU.

Palavras-chave

Modulação, complexidade, suavização, colimador multilâminas.

Área

XX Jornada de Física Médica

Autores

ANDRESSA MARCHESAN FRONER, BRUNA DAIANA FROHLICH, ARTUR MAJOLO SCHEID