XXIII Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Dados do Trabalho


Título

Radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) para tratamento carcinoma de pulmão não pequenas células em estádio inicial

Introdução

Radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) é um tratamento padrão para o câncer de pulmão não pequenas células em estágio inicial.

Objetivo

O presente estudo pretende descrever os resultados preliminares dos 56 primeiros casos submetidos ao tratamento com SABR em uma única instituição.

Método

Este é um estudo de coorte retrospectiva de pacientes submetidos a SABR entre os Agosto de 2017 a Novembro de 2019;
Foram coletadas informações de prontuários e planos de radioterapia de 56 pacientes portadores de CPNPC com doença localizada, inoperáveis ou que recusaram a cirurgia e foram tratados com intenção curativa. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (38/56 pacientes - 64% ) apresentavam doença em estádio I (42/56 pacientes - 75%) pelos critérios da 8a edição da AJCC, tinham ECOG -PS 0/1 (89,6%), apresentavam história de tabagismo (57,9%). Adenocarcinoma representou 55,4% da amostra e destes 24% apresentavam mutação EGFR e nenhum caso apresentava ALK+ . Cinquenta pacientes (84,7%) foram estadiados com o auxílio de PET-CT. . Nenhum paciente apresentava suspeita de acometimento linfonodal mediastinal ao estadiamento clinico, porém somente 1 paciente foi submetido à estadiamento mediastinal invasivo por mediastinoscopia. Nenhum paciente recebeu tratamento sistêmico além da radioterapia como estratégia inicial. Todos esquemas de dose utilizados apresentavam BEDGy10 >100 e foram assim distribuídos: 3 x 18Gy (6 pacientes – 10,7%), 4 x 12Gy ( 30 pacientes - 53%), 5x10Gy (1 pacientes - 1,7%) 10 x 7Gy (19 pacientes - 33,9%) .

Resultados

Com seguimento mediano de 16,6 meses, o controle local, Sobrevida Livre de metástase e a Sobrevida Livre de falha mediastinal em 2 anos foram de 94,7%, 91,4% e 72,7%, respectivamente. Todos os esquemas de fracionamento de dose utilizado apresentavam BEDGy10 100 e não foi evidenciado diferença estatística entre eles em relação ao controle de doença. Nas análises univariada e multivariada, a progressão de doença mediastinal foi o fator que mais impactou negativamente a sobrevida global (SG) em 2 anos (92% vs 18%, p=0,001)

Conclusão

Nossos dados reforçam a alta taxa de controle local com a técnica e sugerem que o bom controle local independente do esquema de dose quando realizado com BED Gy10 > 100. O controle mediastinal foi o principal fator associado à sobrevida global, reforçando que o estadiamento mediastinal deve ser feito de forma rigorosa para melhor selecção dos pacientes que se beneficiarão do SABR.

Palavras-chave

radioterapia estereotaxica ablativa, cancer de pulmão não pequenas células, estagio inicial, SBRT

Área

XI Encontro de Residentes em Radioterapia

Autores

RITA LIDIA DOMINGOS MANHIÇA, THAÍS FRANCO SIMIONATTO, LEORNADO DE FARIA MORATO, GABRIELA BERNAL SALVADOR, RODRIGO GADIA, WANESSA FERNANDA ALTEI, LETÍCIA FERRO LEAL, ALEXANDRE ARTHUR JACINTO