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Dados do Trabalho


Título

Hipospádia distal: Qual o momento ideal para correção?

Resumo

Introdução e Objetivo
A hipospádia é uma das malformações congênitas mais comuns afetando o sistema geniturinário masculino, com incidência de 1 em 250 nascidos vivos. Caracteriza-se pela uretra ectópica que se implanta em posição ventral em relação à glande. Tal patologia é usualmente classificada com base na topografia anatômica na qual o orifício uretral está presente ao exame clínico após correção da curvatura, sendo a hipospádia distal, particularmente, aquela em que a abertura uretral está localizada próxima à glande. O tratamento cirúrgico visa a melhoria estética e funcional.
O objetivo deste estudo é comparar os resultados cirúrgicos entre dois grupos de pacientes submetidos à correção cirúrgica de hipospádia distal: o primeiro grupo de pacientes operados antes dos dois anos de idade e outro grupo operado após os dois anos de idade. Visa investigar se a idade no momento da cirurgia influencia a taxa de sucesso, a escolha da técnica cirúrgica e a incidência de complicações pós-operatórias.
Método
Estudo retrospectivo realizado em centro de referência, através da revisão de prontuários dos pacientes submetidos à correção cirúrgica de hipospádia distal, de maio de 2018 até dezembro de 2021. Foram analisados dados como a idade da correção, técnica cirúrgica e complicações cirúrgicas, seguido por comparação entre os grupos definidos previamente.
Resultados
Foram incluídos no estudo um total de 100 pacientes, o grupo 1 (operados antes dos 2 anos de vida) com 54 e o grupo 2 (operados após os 2 anos de idade) com 46 pacientes. A técnica cirúrgica mais prevalente no grupo 1 foi a de avanço uretral (44%), já no grupo 2 a técnica mais prevalente foi a de Snodgrass (43%). A taxa de complicação geral entre os grupos foi de 16% e 26%, respectivamente. A complicação mais prevalente em ambos os grupos foi a fístula uretral, com 6 casos no grupo 1 e 5 casos no grupo 2. Quando realizada a análise dos pacientes submetidos à correção antes do primeiro ano de vida, não foram observadas complicações.
Conclusão
O presente estudo ressalta a importância do tratamento desta patologia em centros de referência, visto que as taxas de complicações são significativas, até mesmo em casos menos complicados. Fica a sugestão da correção precoce, com intuito de reduzir as taxas de complicação, além de reforçar a segurança de realizar o procedimento cirúrgico até mesmo no primeiro ano de vida, de acordo com a individualidade de cada caso.

Palavras Chave

hipospádia; complicações pós operatórias; uropediatria.

Área

Geral

Categoria

Coortes retrospectivas ou prospectivas

Autores

Khalil Smaidi, Marcos Figueiredo Mello, Camila Monteiro, Antonio Soares Jr Silva, Bruno Romeiro Guimaraes Pereira, Rafael Fagionato Locali, Igor Teixeira Alcantara, Pedro Dieb Mingione, Flavio Eduardo Trigo Rocha