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Dados do Trabalho


Título

Avaliação Urodinâmica de Crianças de 5 a 7 anos com Síndrome Congênita do Zika Vírus e incontinência urinária.

Resumo

INTRODUÇÃO: A Síndrome Congênita do Zika (SCZ) é marcada por microcefalia severa e outras anomalias do sistema nervoso central, resultando em diversas disfunções, incluindo comprometimento vesical. Embora a disfunção vesical, como encontrado na bexiga neurogênica (BN), seja uma das complicações associadas à SCZ, essa condição tem sido pouco estudada, especificamente a avaliação urodinâmica destas crianças, para que possam ser caracterizadas as alterações relacionadas e a proposta de tratamentos que possam melhorar a BN associada a esta síndrome. OBJETIVO: Este estudo investiga a função vesical em crianças com SCZ e incontinência urinária através de estudo urodinâmico. MÉTODO: Este estudo prospectivo incluiu crianças com SCZ, com idade igual ou superior a 5 anos. A avaliação foi baseada no protocolo de investigação urodinâmica para crianças com SCZ e realizada por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, urologistas e enfermeiros. RESULTADOS: Vinte e duas crianças com SCZ e incontinência urinária, com idades entre 5 e 7 anos, foram submetidas à avaliação multidisciplinar que incluiu consultas com urologista, enfermeiros e fisioterapeutas, além de exames de urocultura, ultrassonografia das vias urinárias e estudo urodinâmico. Entre essas crianças, 72,7% eram do sexo masculino. A maioria dos pacientes, 20 deles (90,90%), realiza cateterismo intermitente, enquanto 100,00% deles usam fraldas. Todas as crianças apresentaram incontinência urinária e 27,30% tiveram histórico de infecção do trato urinário. Todas as crianças realizaram ultrassonografia de vias urinárias, sem evidência de alterações. A Criptorquidia foi encontrada em 53,30% dos pacientes com alterações genitais. Na avaliação urodinâmica, 11 das 15 crianças avaliadas apresentaram hiperatividade do detrusor e seis crianças tinham capacidade vesical máxima abaixo de 50% do esperado para a idade, sendo a média da capacidade vesical máxima do grupo de 136,47 ± 62,99 mL e a esperada para a idade do grupo 218,67 ± 11,25 mL. Além disso, 12 das 15 crianças não esvaziaram adequadamente a bexiga, apresentando um resíduo pós-miccional com média de 67,40 ± 69,32 mL. CONCLUSÃO: Este estudo é o primeiro a relatar resultados de avaliações urodinâmicas em crianças com SCZ no Estado do Maranhão, confirmando anormalidades nas fases de enchimento e esvaziamento da bexiga, como redução da capacidade vesical, presença de hiperatividade do detrusor e resíduo pós-miccional elevado.

Palavras Chave

Bexiga neurogênica; Urodinâmica; Zika Vírus

Área

Geral

Categoria

Coortes retrospectivas ou prospectivas

Autores

Isabella Barreto Froz, Nilgicy Maria de Jesus Amorim, Benito Junior dos Santos da Costa, Melissa de Almeida Melo Maciel Mangueira, Marta Rizzini, Tereza Cristina Monteiro de Melo Prazeres