Dados do Trabalho

Título

SINTOMAS E ACHADOS UROLÓGICOS EM PACIENTES PORTADORES DE MIELOPATIA ASSOCIADA AO HTLV-1: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Resumo

Introdução: O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus que infecta linfócitos T e está associado a diversas manifestações clínicas, incluindo leucemia/linfoma de células T do adulto e mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espástica tropical (HAM/TSP). Nesse contexto, a bexiga neurogênica (BN) resulta da interrupção da comunicação neural entre a bexiga e o sistema nervoso central, levando a sintomas do trato urinário inferior (LUTS) como incontinência, retenção urinária e infecções recorrentes do trato urinário, além de importantes alterações urodinâmicas. Objetivo: O objetivo desta revisão é analisar a prevalência de sintomas e achados urológicos em pacientes com HAM/TSP. Método: Uma revisão de literatura foi realizada de acordo com as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA). As bases de dados utilizadas foram PubMed e Portal BVS, utilizando-se uma estratégia de busca que combinou descritores e termos livres com operadores booleanos. Os artigos duplicados foram excluídos. Os restantes foram selecionados por dois pesquisadores independentemente, avaliando o preenchimento de critérios de elegibilidade e concordância com a PICO desta revisão. Embora 58 artigos tenham sido encontrados, apenas 11 foram incluídos para análise. Resultados: BN e LUTS são frequentes em pacientes com HAM/TSP. Em mais de 50% dos casos, as manifestações urológicas aparecem mais precocemente que distúrbios da marcha. Os LUTS de armazenamento (noctúria, urgência, aumento da frequência diurna e incontinência urinária), são os mais prevalentes nesses pacientes (67%), embora LUTS de micção (diminuição da força e calibre do jato, sensação de esvaziamento incompleto e fluxo urinário intermitente) também sejam comuns nessa população (61,3%). A maior parte dos pacientes apresenta também alterações urodinâmicas, sendo a hiperatividade detrusora o achado mais frequente (68,3%). Além disso, dissinergia detrusor-esfincteriana (78%), resíduo pós-miccional aumentado (58%) e aumento da pressão do jato (37,3%) também não são incomuns nessa população. Ademais, 46,9% dos pacientes HAM/TSP apresentava disfunção erétil (DE) grave e 3,1% DE leve. Conclusão: Portanto, conclui-se que Pacientes com HAM/TSP apresentam um risco aumentado para complicações infecciosas e/ou funcionais no trato urinário superior. Apesar disso, mais estudos precisam ser realizados devido a grande variabilidade dos dados na literatura.

Palavras Chave

LUTS; HTLV-1; Bexiga neurogênica