Dados do Trabalho

Título

As condutas em nefrolitíase no Brasil: uma análise geracional

Resumo

Introdução: Nos últimos 20 anos o tratamento do cálculo renal passou por intensa modernização da técnica e pelo desenvolvimento de novos equipamentos e, portanto, urologistas mais experientes não receberam treinamento em algumas das novas tecnologias durante a residência médica. Em contrapartida, os urologistas recém formados não foram treinados no uso de técnicas mais tradicionais. Provavelmente essa diferença na formação durante a residência deva influenciar na conduta terapêutica em nefrolitíase.
Objetivo: Relacionar as condutas com a experiência em endourologia entre urologistas de diferentes gerações.
Método: Submetido questionário via correio eletrônico para os urologistas membros da SBU. As respostas obtidas foram estratificadas de acordo com o tempo decorrido da conclusão da residência médica.
Resultados: No total 815 urologistas responderam ao questionário, sendo a maioria formada há mais de 20 anos (37,8%) e a minoria entre 10 a 15 anos de formação (13,3%). Somente 62 % dos urologistas formados há menos de 5 anos têm acesso a litotripsia extracorpórea (LECO), em contraste a 80,8% dos urologistas com mais de 20 anos. A indicação de nefrolitotripsia percutânea(NLP) também se apresentou diferente entre esses dois grupos(90,5% x 67,2% - p<0,05) e, dentre os principais motivos referidos, a experiência cirúrgica foi a mais relevante para a escolha (80,4% x 73,1% - p<0,05). O motivo para indicação da LECO em cálculos entre 10 e 20 mm também divergiu entre os grupos, sendo a falta de equipamento para ureterorrenolitotripsia flexível (f-ULT) o principal motivo entre os mais jovens (84%) e a menor morbidade da LECO para os urologistas mais experientes (67,2%).
Conclusão: Os urologistas mais experientes têm maior acesso a LECO e indicam a técnica pela sua menor morbidade em cálculos entre 10 e 20 mm.Os urologistas jovens indicam mais NLP que os urologistas experientes.

Palavras Chave

LECO; gerações; NLP