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Dados do Trabalho


Título

UROLITÍASE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL ENTRE 2019 E 2023: ANÁLISE RETROSPECTIVA

Resumo

Introdução: Durante os últimos anos vem sendo observada ascensão na prevalência de cálculos urinários em crianças e adolescentes, embora tenha sido considerada uma condição rara na população pediátrica. As investigações mais recentes abordam critérios como obesidade, alterações alimentares e climáticas a fim de justificar essa mudança epidemiológica. As análises realizadas nos países desenvolvidos consideram o achado incomum em crianças, contrapondo os índices encontrados em adultos onde atinge 3 a 5% da população. Posto isso, em torno de 9 a 23% dos casos de urolitíase pediátrica encontram-se nos pacientes com idade abaixo de 1 ano, ainda que a idade possa divergir entre as séries. Variações como raça e localização geográfica determinam a inconstância dos números e causas encontrados nos estudos.Em algumas regiões da Ásia, sobretudo Oriente Médio, Índia e Paquistão, a condição em crianças é considerada endêmica, chegando a uma prevalência e 15%6.
Objetivo: Investigar a prevalência da urolitíase em crianças no Brasil.
Método: Estudo transversal descritivo realizado através da análise de dados obtidos através do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS), no período de 2019 a 2023, em jovens com a faixa-etária de 0 a 14 anos, no Brasil.
Resultados: Entre 2019 e 2023 foram identificadas 8.496 internações por urolitíase em pacientes jovens no Brasil. Deste número, 75,69% foram em caráter de urgência e 24,30% eletivos. Foi observada predominância dos casos nas regiões Sudeste (36,38%) e Nordeste (23,91%), seguido pela região Sul (18,40%), Centro-Oeste (12,41%) e Norte (8,85%). Nesse sentido, o estado de São Paulo foi responsável pelo maior índice do período, alcançando 21,39% (n= 1.818). A prevalência do sexo foi de 54,47% nos meninos e 45,52% nas meninas. Em relação à raça, 41,89% em pardos, 36,57% brancos, 1,96% pretos, 1,48% amarelos, 0,31% indígena e 17,77% dos pacientes não foram identificados. Além disso, os jovens com idade entre 10-14 anos foram responsáveis por 54,11% das internações por urolitíase, seguido por 29,74% entre 5-9 anos e 16,13% entre 0-4 anos.
Conclusão: Observou-se uma ascensão no número de casos de urolitíase em crianças e adolescentes, essa mudança no padrão epidemiológico deve ser estudada sistematicamente buscando melhor compreensão sobre a patologia.

Palavras Chave

sistema urinário; Urolitiase; crianças;

Área

Geral

Categoria

Estudos transversais

Autores

Victoria Falabretti, Rafaella Domingues Pinheiro Bernardo, Amanda Maria Correia Queiroz, Maria Elizabeth Veiga Oliveira Melo, Natália Fátima Albuquerque Alves, Carlos Victor Teixeira Mendes, Clara Rezende Krause Gonçalves, Abelardo Alves Araujo Junior