Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES PORTADORES DE HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA EM UMA POPULAÇÃO NO INTERIOR DO CEARÁ

Resumo

Introdução: A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição clínica comum que geralmente se desenvolve após os sessenta anos, sendo o tipo de neoplasia benigna mais frequente em homens. As manifestações clínicas resultantes do crescimento benigno da próstata podem causar o surgimento de sintomas urinários, impactando negativamente a qualidade de vida desse grupo populacional. Estima-se que cerca de 30% dos homens precisarão tratar os sintomas decorrentes da HPB ao longo de suas vidas. O aumento prostático benigno associado à HPB pode causar sintomas do trato urinário inferior (STUI) devido à obstrução no colo da bexiga. Objetivo:Descrever as características demográficas de pacientes com Hiperplasia Prostática Benigna em uma população no interior do Ceará. Metodologia: A pesquisa foi realizada como um estudo observacional transversal no interior do ceará, com homens acima de 50 anos com STUI. Foram utilizados dois questionários: o IPSS, e o VPSS. Os participantes completaram ambos os questionários sob supervisão, e foram coletadas informações demográficas e clínicas básicas correlacionando-os com perfil epidemiológico de pacientes com HPB em com os dados da população brasileira e mundial. Resultados: O estudo evidenciou na população estudada a incidência da hiperplasia prostática benigna em uma amostra de 43 pacientes de 55 a 74 anos, majoritariamente pardos (53,7%) e cerca de 47,9% analfabetos. A maioria era casado (72,1%) e agricultores (47,6%). Cerca de 62% da amostra era portadora de hipertensão (63%) e dislipidemia (58%), e um número significativo possuía critérios para síndrome metabólica (52%). Os principais sintomas prostáticos foram noctúria (média de 4 micções noturnas) em 45% dos pacientes e sensação de esvaziamento incompleto. O IPSS médio foi 14,6 e o VPSS 11,6 (com concordância de 66% entre eles) . Cerca de 90% não recebiam tratamento para HPB, com volume prostático médio de 40g e PSA total médio de 4,79. Conclusão: Na amostra estudada, evidenciam-se diversas características que se assemelham a população mundial e brasileira portadora de HPB, porém peculiaridades que diferem desta mesma população como alta taxa de analfabetismo (dificultando aplicação de questionários como IPSS), baixa renda e baixa cobertura terapêutica para HPB. Estes dados são de suma importância para ações em saúde e manejo clínico de pacientes nesta população.

Palavras Chave

Hiperplasia Prostática; Perfil Epidemiológico; LUTS