CPU 2024

Dados do Trabalho


Título

Colonização de pacientes em pós operatório de ureterolitotripsia

Resumo

A drenagem da via urinária superior com stents ureterais (cateter duplo j) é frequentemente necessária após procedimentos de ureterolitotripsia. O período de permanência dos dispositivos é variável, porém, tais implantes são susceptíveis à colonização por organismos infecciosos do trato urogenital.
O objetivo desse estudo foi avaliar a incidência, o perfil de contaminação e possíveis fatores de risco de casos positivos de stents ureterais, urinoculturas e hemoculturas de pacientes submetidos à ureterolitotripsia.
Os pacientes foram submetidos à colocação de stent ureteral após ureterolitotripsia de emergência por ureterolitíase obstrutiva. Urocultura e hemograma foram coletados antes da inserção do cateter. Após a cirurgia, todos os pacientes foram submetidos a um tratamento de 7 dias com antibióticos. A ponta distal do stent foi cortada após a remoção e enviada para cultura. O tempo de permanência do cateter foi registrado e a hemocultura foi coletada em casos de sepse. Para análise dos dados, foram utilizados os testes qui-quadrado e correlação de Pearson.
Entre maio de 2023 e maio de 2024, foram avaliados 87 pacientes, sendo 53 (60,92%) homens e 34 (39,08%) mulheres. Todos os stents foram submetidos à cultura, e o tempo de permanência variou entre 14 e 76 dias com média de 31,11 dias. A idade dos pacientes variou entre 24 e 90 anos (média 53,37). Obtivemos positividade em: 10 stents (11,4%), 8 uroculturas (9,1%) e uma hemocultura (1,14%). Observamos que o tempo médio de permanência dos stents positivos foi de 27,7 dias, e a média de idade entre os pacientes positivos ficou em 54,1 anos. No presente estudo, não se mostrou estatisticamente significativo maior risco de contaminação do cateter relacionado à idade (p=0,4507) ou sexo (p=0,2847). Porém o sexo feminino aparenta ser fator de risco para positividade na urocultura (p=0,0120). A bactéria mais isolada nos stents foi o enterococcus faecalis, e na urocultura e hemocultura, E. coli.
A idade e o sexo dos pacientes não demonstraram ser fatores de risco para contaminação do cateter, porém o sexo feminino parece aumentar o risco de urocultura positiva. Os organismos presentes no stent ureteral e urina são, em geral, diferentes, e os patógenos isolados em hemocultura coincidiram com presentes na urina. Organismos identificados no stent demonstraram menor relação com quadros infecciosos graves, portanto, mostrando pouco benefício em sua cultura rotineira.

Palavras Chave

ureterolitotripsia; Stent ureteral; cultura

Área

Geral

Categoria

Estudos transversais

Autores

TICIANI RIOS GUEDES, PABLO SUHURT SALGADO, IZABELLA GRAZIEL RABELO, MARCO ANTONIO QUESADA RIBEIRO FORTES, THATIANA BRASIL, BRUNO MARROIG