Dados do Trabalho
Título
Desenvolvimento de novos biomateriais para reconstrução uretral em pacientes pediátricos: uma revisão da literatura
Resumo
INTRODUÇÃO: Ainda em fase inicial, a engenharia de tecidos revela-se uma solução possível para produzir substitutos ao tecido nativo uretral. Os biomateriais podem ser polímeros sintéticos ou naturais, com duas principais abordagens: estruturas acelulares e semeadas por células. O modelo ideal ainda não foi encontrado devido aos desafios presentes. Entretanto, esse ramo parece ter um futuro promissor na urologia pediátrica. OBJETIVO: Fornecer visão ampliada acerca da reconstrução do tecido uretral na pediatria por meio de biomateriais, evidenciando sua eficácia. MÉTODO: Revisão de literatura mediante busca nos bancos de dados PubMed e Google Scholar, com os descritores “biomaterials”, “pediatric”, “urethra” e “reconstructive surgery”, presentes no DeCS/MeSH. Foram eleitas 5 publicações dos últimos 5 anos, todas em inglês. Aquelas que não atenderam ao objetivo da revisão foram descartadas, bem como aquelas de título e conteúdo discrepantes. RESULTADOS: O reparo de hipospádia é o procedimento mais comum nos estudos. Andaimes sintéticos mostraram-se tolerados pelo corpo humano. A utilização de matriz de colágeno obteve sucesso de 75%, confirmando sua biocompatibilidade, embora possa não suportar forças mecânicas e sofrer colapso. Com submucosa do intestino delgado e matriz dérmica acelular, em aproximadamente 50% dos pacientes a intervenção foi bem sucedida, sendo fístulas e estenose as complicações que mais ocorreram no restante. Ao comparar a efetividade da mucosa bucal com a matriz acelular da bexiga (MAB), obteve-se êxito de 100% no primeiro e 89% no segundo. Outro estudo com MAB detectou componentes imunogênicos residuais, corroborando as limitações desse tipo de matriz descelularizada. Por outro lado, o uso de células-tronco possibilita melhor vascularização do enxerto combinando células-tronco mesenquimais e progenitoras-tronco hematopoiéticas, com nanopartículas para ampliar esse efeito. Ademais, deve-se considerar o crescimento uretral na puberdade, o que exige dos biomateriais uma maior capacidade regenerativa, bem como alta durabilidade e ausência de derivações urinárias prolongadas com cateteres. CONCLUSÃO: O modelo ideal ainda não foi encontrado devido aos desafios com a formação de estenoses e fístulas na maioria dos estudos. Apesar disso, a biocompatibilidade, a bioatividade e a versatilidade dos novos biomateriais proporcionam um futuro promissor na urologia reconstrutiva pediátrica.
Palavras Chave
Materiais biocompatíveis; Uretra; Pediatria
Área
Geral
Categoria
Revisão sistemática/metanálise
Autores
Tales Mateus Rachor, Elizandra Andréia Woyciekoski, Matheus Luiz da Rocha, Beatriz Cassel Corrêa, Maria Carolina Hirsch, Carolina Faccin Da Ros, Eduarda Henn, Marília Beling Gularte, Vítor Petry Thiele, Paulo Roberto Laste