Dados do Trabalho

Título

Uso de Adrenalina na Anafilaxia: Erros Comuns e Consequências Clínicas

Resumo

Introdução: Em situações de anafilaxia, a administração imediata da adrenalina é crucial. O uso de corticosteroides sistêmicos, como a dexametasona, não deve ser o tratamento inicial, pois sua ação lenta pode comprometer a vida do paciente. No entanto, essa prática equivocada é comum em centros de emergência.
Relato de Caso: Paciente, 31 anos, feminina, relata em consulta especializada que apresentou urticária generalizada, cefaleia e rouquidão, sugerindo anafilaxia. Tem histórico de reações prévias anafiláticas, inclusive em utilizar adrenalina autoinjetável e buscar atendimento médico urgente em caso de sintomas possíveis de anafilaxia, porém, estava com dificuldades para adquirir essa medicação específica. Relata, no entanto, que ao presenciar novamente sintomas sugestivos de anafilaxia, procurou o serviço de emergência e o médico assistente, mesmo diante de um quadro clínico anafilático, administrou dexametasona endovenosa, com a intenção de aplicar adrenalina caso não houvesse melhora, deixando a paciente extremamente ansiosa diante desse manejo equivocado .
Discussão: A adrenalina é o tratamento de escolha para anafilaxia devido ao seu rápido início de ação e eficácia no manejo dos sintomas agudos. A adrenalina atua sobre os receptores adrenérgicos, incluindo efeitos beta-adrenérgicos, que promovem broncodilatação, e alfa-adrenérgicos, que causam vasoconstrição, entre outros benefícios.. Em contraste, os corticosteróides, como a dexametasona, têm início de ação em 1 a 2 horas, podendo diminuir o risco de complicações posteriores e estabilizar o paciente após o controle dos sintomas agudos anafiláticos com Adrenalina . O atraso, portanto, na administração da adrenalina à paciente poderia ter resultado em desfecho fatal e a hesitação em usar essa medicação pode estar ligada às preocupações imprecisas sobre efeitos adversos ou falta de familiaridade com seu uso.