Dados do Trabalho


Título

OMALIZUMABE NA CERATOCONJUNTIVITE PRIMAVERIL: RELATO DE USO BEM-SUCEDIDO EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM DOSAGEM DE IGE ACIMA DE 5000 UI/mL

Resumo

INTRODUÇÃO: Os imunobiológicos representam um avanço significativo no tratamento de doenças alérgicas, embora ainda não sejam aprovados para uso em casos graves de doença ocular alérgica. Apesar disso, há diversos relatos na literatura de bons resultados nesses casos. A experiência com o omalizumabe em pacientes pediátricos com ceratoconjuntivite primaveril grave, especialmente nos casos com níveis muito elevados de IgE sérica, é ainda bastante limitada.
RELATO DO CASO: menino, atualmente com 12 anos, foi diagnosticado com conjuntivite primaveril aos 2 anos de idade, além de asma e rinite persistentes, com IgE sérica total > 5.000 UI/mL. Foram realizados diversos tratamentos tópicos oculares, incluindo anti-histamínicos, anti-inflamatórios e tacrolimo, sem melhora significativa e com necessidade de uso frequente de corticosteroides tópicos, ou mesmo por via oral. Aos 6 anos de idade, foi indicado o tratamento com omalizumabe, apesar dos elevados níveis de IgE sérica, devido à gravidade e persistência da doença ocular. Foi iniciada administração de dose baixa de 150 mg a cada 15 dias, com melhora significativa, embora não imediata, no quadro de ceratoconjuntivite, sem efeitos adversos. Embora não tenha sido possível suspender o uso regular de tacrolimo colírio, o uso repetido de corticosteroides tópicos e sistêmico tornou-se desnecessário, os sintomas foram controlados e houve uma melhoria significativa na qualidade de vida do paciente.
DISCUSSÃO: relatamos o caso de uso de omalizumabe em pacientes com ceratoconjuntivite primaveril resistente aos tratamentos habituais. Embora o imunossupressor ocular ainda não tenha sido suspenso, a necessidade de corticosteroide tópico e sistêmico, conhecidos por seus efeitos adversos oculares, foi evitada. O omalizumabe mostrou-se uma opção terapêutica eficaz e segura em um paciente pediátrico com alergia ocular grave, resistente aos tratamentos convencionais, apesar dos valores bastante elevados de IgE sérica total.

Área

Rinite, rinossinusite, polipose nasal e alergia ocular

Autores

Yasmin Peres, Laura Santos, Isadora Arantes, Renan Schefer, Camila Lira, Maria Fernanda Melo Mota, Ekaterini Goudouris, Fernanda Pinto-Mariz, Heloisa Silveira, Evandro Prado