Dados do Trabalho

Título

Anafilaxia após vacinação contra Dengue: Teste de puntura e intradérmico na avaliação de dois casos no Distrito Federal

Resumo

Introdução: A vacina atenuada contra Dengue mais recente foi aprovada pela Anvisa em 2023 despontando como ferramenta adicional no combate à Dengue no Brasil. A vacina é composta pela cepa vacinal DENV-2 modificada in vitro, sendo as demais cepas desenvolvidas a partir de rearranjo gênico. O presente artigo tem como objetivo relatar dois casos de anafilaxia após administração da primeira dose da vacina atenuada da Dengue no Distrito Federal, com execução subsequente de teste de puntura e teste intradérmico com a vacina para tomada de decisão em relação à administração da segunda dose. Relato de caso: V.S.F., 21 anos, masculino, evoluiu com turvação visual, vômitos, urticária e hipotensão (PA: 79x29 mm Hg) após 30 minutos da administração da primeira dose da vacina atenuada da Dengue. M.H.A.A., 12 anos, comorbidade Síndrome Nefrótica, apresentou urticária, angioedema palpebral, dor abdominal, diarreia, síncope após 1 hora. Receberam Epinefrina Intramuscular com remissão sintomatológica. V.S.F. apresentou urticária 24 horas após o quadro inicial. Os pacientes foram convocados para realização do teste de puntura com a vacina não diluída. Os testes foram negativos. Procedeu-se ao teste intradérmico com a vacina atenuada da Dengue (diluição 1:100), que não evidenciou reações. Em decisão compartilhada, ambos receberam a segunda dose em ambiente hospitalar, sem reações adversas. Discussão: A aplicação da vacina pode ser segura mesmo com histórico de reação grave anteriormente. Isso foi evidenciado a partir da execução do teste de puntura e intradérmico somado aos estudos anteriores de segurança vacinal. Foi possível, assim, concluir o esquema vacinal de duas doses nos pacientes, conferindo-lhes proteção integral contra a Dengue e corroborando a relevância de avaliação individualizada desses casos por profissionais especializados.