Dados do Trabalho
Título
Reações Adversas a Vacinas em um Hospital Terciário: Avaliação Retrospectiva de Oito Anos e Impactos na Prática Clínica
Resumo
Introdução: A vacinação é crucial para prevenir doenças infecciosas e reduzir a mortalidade. Apesar de seguras, vacinas podem causar eventos adversos (EA), influenciados por fatores individuais e características do imunizante. Compreender os EA é essencial para equilibrar riscos e manter a confiança pública. Este estudo analisou dados do ambulatório de Eventos Supostamente Atribuídos à Vacinação e Imunização (ESAVI).
Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo por análise de prontuários de 01/2016 a 07/2024, sobre motivos de encaminhamento, dados demográficos, frequência e tipos de reações, testes com vacinas e condutas subsequentes.
Resultados: Foram avaliados 216 prontuários: 128 relacionados a vacinas COVID-19 e 88 a outras vacinas. No grupo COVID-19, 43 (34%) foram consultas para aconselhamento (histórico de alergias ou reações prévias a outras vacinas), e 83 (66%) foram EA, sendo 43% imediatos (14% até 1 hora) e 57% tardios. A média de idade dos pacientes com EA foi 38 anos, a maioria do sexo feminino (60/72%); 26 (31%) e 17 (20%) tinham antecedentes de atopia e reação a medicamentos, respectivamente. As vacinas implicadas nos EA foram: vetor viral (32/39%), inativada (29/35%) e RNAm (21/25%). Cerca de 94% (78) das reações ocorreram após a 1ª dose da vacina. Foram realizados 26 testes cutâneos e todos foram negativos. Todos os pacientes foram vacinados sob supervisão. No grupo de outras vacinas (Febre Amarela, Influenza, Pneumo, DT, antirrábica), 51 (58%) dos eventos foram anafilaxias. A média de idade foi 15 anos. O protocolo de fracionamento de doses foi aplicado em 15 pacientes, com duas reações cutâneas leves.
Conclusão: Os resultados mostram que poucos pacientes têm recomendação de protocolo de fracionamento de doses e que os testes cutâneos com vacinas Covid-19 foram pouco sensíveis nesta casuística. Avaliações detalhadas são essenciais para identificar padrões e garantir práticas clínicas seguras, especialmente para pacientes com histórico de alergias.
Área
Outros
Autores
PAOLA BOARO SEGALLA, Isabela Ribeiro Ferraz Santos, Julia Oliveira Vieira Basili, Débora Demenech Hernandes, Kelen De Nardi Chagas, Jorge Kalil, Ana Karolina B B Marinho