Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE SOROLOGIA ANTI-HBC POSITIVA EM PACIENTES RECEBENDO IMUNOGLOBULINA INTRAVENOSA EM HOSPITAL TERCIÁRIO: IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

Resumo

Introdução: Erros inatos da imunidade são decorrentes de distúrbios monogênicos raros do sistema imune, cujo resultado é imunodeficiência, autoinflamação, autoimunidade, alergia e/ou câncer. As deficiências de anticorpo, sejam quantitativas ou funcionais, primárias ou secundárias, são as mais prevalentes frequentemente necessitando de terapia de reposição de imunoglobulinas. A reativação de hepatite B com uso de imunossupressores é uma complicação grave naqueles com exposição prévia ao vírus B(HBV), tanto portadores crônicos, como com infecção resolvida. Pacientes com HbSAg-/anti HbC+ com médio ou alto risco de reativação para hepatite B precisam de profilaxia durante imunossupressão. A utilização de imunoglobulina venosa oriunda de populações onde o HBV é endêmico implica consequências no cuidado de tais pacientes. Métodos: Foi feito o levantamento, através da base de prontuários do Hospital das Clínicas de São Paulo, de amostra de pacientes que recebem IgRT, das sorologias para HBV e hepatite C(HCV), entre os anos de 2020-2024.Resultados: Foi analisada amostra de 100 pacientes recebendo IgRT venosa, de caráter recorrente, com diferentes condições relacionadas a hipogamaglobulinemia. Destes, 13 tinham condições secundárias e 87 primárias, sendo Imunodeficiência Comum Variável (n=67) a principal. 96% tinham AntiHbS+, 89% possuíam sorologia anti HbC+, nenhum possuía HbSAg positivo. 35% apresentavam alterações hepáticas aos métodos de imagem. 78% utilizavam antibioticoprofilaxia. 21% tinham alterações de transaminases hepáticas no último exame. Conclusões: A alta prevalência de infecção pelo vírus B em populações asiáticas, origem da imunoglobulina venosa importada entre 2020-2024, implica em alta positividade de Anti-HBc, fator que poderia interferir na decisão clínica quanto ao uso de profilaxia para HBV durante o uso de imunossupressores nestes pacientes. É importante alertar médicos e pacientes quanto a presença destes anticorpos por transmissão passiva.

Área

Imunodeficiências

Autores

ANDRE LUIZ OLIVEIRA FEODRIPPE, Marcela Schoen Ferreira, Myrthes Toledo-Barros, Jorge Kalil, Octavio Grecco, Ana Karolina Barreto Berselli Marinho, Fabiana Mascarenhas Souza Lima, Cristina Maria Kokron