Dados do Trabalho


Título

ADOLESCENTE COM ASMA GRAVE DE ENDÓTIPO MISTO COM RESPOSTA AO TEZEPELUMABE: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: O controle da asma grave requer tratamento com altas doses de corticosteroide inalado associado a um segundo medicamento (e/ou corticosteroide sistêmico). As crianças com asma grave apresentam maior número de exacerbações, muitas com risco de vida. Relato de caso: Menino, 13 anos, iniciou episódios de sibilância aos 6 meses. Desde os 8 anos em acompanhamento por asma alérgica grave persistente, com 2 a 3 exacerbações ao ano com uso de corticosteroide oral. Necessitou internamento em unidade de terapia intensiva por exacerbação de asma aos 10, 11 e 12 anos com necessidade de intubação orotraqueal. Em uso diário de budesonida 800mcg+formoterol 24mcg, montelucaste 5 mg e tiotrópio 5 mcg, mantendo exacerbações. Dosagem de cloro no suor, tomografia de tórax e imunoglobulinas - normais. Espirometria com distúrbio ventilatório obstrutivo leve e prova broncodilatadora positiva. Teste cutâneo para Dermatophagoides pteronyssinus=7x5mm, eosinófilos=663 células/µL e IgE total=1726 kU/L. Aos 12 anos iniciou mepolizumabe, persistindo mau controle da doença: Asthma Cotrol Test (ACT)=13 pontos, duas exacerbações e uma internação em UTI. Análise da citologia de escarro demonstrou padrão misto (neutrófilos=58%; eosinófilos=3%), sendo iniciado tezepelumabe 210mg a cada 4 semanas. Discussão: Após 6 meses de tratamento, houve melhora dos sintomas (ACT=25), sem exacerbações, aumento da função pulmonar e FeNO, manutenção de níveis elevados de IgE total e de eosinófilos sérico. O tezepelumabe é um anticorpo monoclonal humano que se liga a TSLP, e está indicado para asma grave a partir de 12 anos de idade, com maior resposta na inflamação do tipo 2, e o único que também pode melhorar a asma de pacientes com inflamação não tipo 2. Neste caso não houve redução dos biomarcadores de inflamação T2, mas obteve-se controle da doença. O papel da inflamação não T2 foi predominante, e a ação do anti- TSLP em outras células inflamatórias, que não o eosinófilo, foi preponderante.

Área

Asma e lactente sibilante

Autores

ANGELICA FONSECA NORIEGA, GABRIELA SPESSATTO, JULIANA GONCALVES PRIMON, LARISSA MACHADO CARVALHO, THALITA GONCALVES PICCIANI, GUILHERME DA SILVA MARTINS, MAITE MILAGRES SAAB, DEBORA CARLA CHONG SILVA, HERBERTO JOSE CHONG NETO, NELSON AUGUSTO ROSÁRIO FILHO