Dados do Trabalho


Título

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA COMO TRATAMENTO DA DOENÇA GRANULOMATOSA CRÔNICA EM PACIENTE COM INFECÇÃO FÚNGICA REFRATÁRIA: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: A doença granulomatosa crônica (DGC) é uma condição genética rara decorrente de mutações que comprometem a função da NADPH oxidase nos fagócitos, aumentando a suscetibilidade a infecções fúngicas e bacterianas graves, resultando em infecções recorrentes. RELATO DO CASO: Menina de 6 anos e 4 meses, com febre persistente e abscessos recorrentes. Exames iniciais de imagem evidenciaram coleção na região lombar direita e abscessos em iliopsoas, com alterações ósseas em corpos vertebrais. Após a transferência para hospital terciário realizada drenagem e biópsia dos abscessos, e iniciado tratamento empírico para tuberculose. A paciente foi então transferida para um centro especializado, onde foi mantida em tratamento com teicoplanina e RIP e iniciada profilaxia com sulfametoxazol + trimetoprima. A cultura do abscesso abdominal revelou Aspergillus fumigatus e Pseudomonas aeruginosa, levando à suspensão dos tratamentos anteriores e ao início de voriconazol, prednisolona e meropenem. Procedimentos adicionais incluíram múltiplas punções guiadas por ultrassom para aspiração de material purulento e alívio de dor. Exame de Dihidrorodamina (DHR) não apresentou burst oxidativo para neutrófilos após estímulo PMA (phorbol myristate acetate) (sem estímulo 33.3, após estímulo 54.1; NOI controle: 205,0 / NOI paciente: 1,6), confirmando o diagnóstico. Após isavuconazol obteve controle clínico adequado e foi realizado transplante de medula óssea (TMO) com doador aparentado haploidêntico. Um mês após TMO apresentava STR: 81%. 64 dias após TMO mantém tratamento com profilaxias, isavuconazol. Apresentou reativação de citomegalovírus, sem outras intercorrências em sua evolução. DISCUSSÃO: O diagnóstico precoce e o manejo adequado com profilaxias são fundamentais para o controle da doença. O TMO na DGC não apresenta critérios padronizados bem estabelecidos. No entanto, nesse caso, a gravidade do quadro e a ausência de resposta às medidas tornaram esse tratamento o mais adequado.

Área

Imunodeficiências

Autores

ANGELICA FONSECA NORIEGA, GABRIELA SACUNO BONILHA, GIULIANA LUGARINI, ISABEL CRISTINA RANZAN, THALITA GONCALVES PICCIANI, JULIANA GONCALVES PRIMON, LARISSA MACHADO CARVALHO, DÉBORA CARLA CHONG SILVA, HERBERTO JOSE CHONG NETO, NELSON AUGUSTO ROSÁRIO FILHO