Dados do Trabalho

Título

UPADACITINIBE NA DERMATITE ATÓPICA – RELATO DE USO EM ADOLESCENTE COM SUCESSO PARCIAL

Resumo

INTRODUÇÃO: A dermatite atópica (DA) é uma doença crônica que nos casos mais graves requer terapia sistêmica. Atualmente estão disponíveis imunossupressores, imunobiológicos e pequenas moléculas, como o upadacitinibe, um inibidor seletivo e reversível da Janus Quinase 1 (JAK1).
RELATO DE CASO: Adolescente de 15 anos, acompanhado no ambulatório de dermatite atópica desde os 7 anos, SCORAD mantido entre 30 e 50, além do tratamento tópico, foi tratado com: dieta de exclusão de leite de vaca, imunoterapia para aeroalérgenos, doxepina, múltiplas descolonizações e metotrexato (MTX) por 2 anos, com controle apenas parcial da doença, com episódios repetidos de infecção cutânea secundária. Em agosto de 2022, foi iniciado o upadacitinibe, na dose de 15 mg/dia, com redução gradativa do MTX. Nos primeiros 15 dias de uso já se observou uma significativa melhora clínica, com remissão quase completa do prurido (SCORAD = 9). O paciente seguiu sem apresentar efeitos adversos, com exacerbações mais raras e mais leves, SCORAD entre 9 e 30 e sem infecções cutâneas durante oito meses. Porém, por problemas com o fornecimento da medicação, houve interrupção de 2 semanas em seu uso. Simultaneamente, problemas familiares ocorreram submetendo o paciente a significativo estresse emocional e houve piora significativa do quadro cutâneo. Mesmo após retorno do medicamento em uso regular por mais de 3 meses, não se obteve o mesmo controle da DA obtido anteriormente (SCORAD ≥ 40). Por isso, foi indicado o aumento de dose para 30 mg/dia, com melhora progressiva do quadro, sem a presença de efeitos adversos. Paciente segue em acompanhamento estreito.
DISCUSSÃO: pacientes com DA grave podem ser muito difíceis de controlar, mesmo com as novas medicações disponíveis. O uso de dois tratamentos sistêmicos simultaneamente ou o uso de doses maiores dos medicamentos devem ser considerados, mesmo em pacientes adolescentes. Chamamos a atenção para a ausência de efeitos adversos até o presente momento.