Dados do Trabalho


Título

Mortalidade e comorbidades de pacientes idosos com Imunodeficiência Comum Variável

Resumo

Introdução: Em pacientes com Imunodeficiência Comum Variável (IDCV), a mortalidade e sobrevida estão relacionadas à variabilidade dos fenótipos clínicos apresentados. Segundo a literatura, a média de idade dos óbitos varia de 44 a 54 anos, sendo as principais causas de morte a doença pulmonar crônica e as malignidades. No entanto, pouco se conhece sobre a subpopulação de idosos com IDCV. Objetivo: Comparar o perfil clínico e demográfico de pacientes idosos e de não idosos em uma coorte de pacientes com IDCV que evoluíram para óbito. Métodos: Análise de prontuários de pacientes com IDCV que foram a óbito acompanhados em serviço terciário entre 1977 e 2023. Foram comparados dados demográficos e clínicos entre pacientes idosos acima de 60 anos e não idosos. Resultados: Avaliados 43 pacientes não idosos, 34,8% mulheres, com as seguintes médias de Idade: início dos sintomas (MIS) aos 17 anos, diagnóstico (MID) aos 28 anos, retardo diagnóstico: de 11 anos, tempo de doença de 22 anos e óbito (MIO) aos 39 anos. Destes, 54% morreram de infecção e 37,2% de neoplasias. Entre os idosos (n= 12), 41,6% mulheres, a MIS foi de 28 anos, a MID de 52 anos, retardo diagnóstico: de 24 anos, tempo de doença de 42 anos e MIO de 70 anos. Destes, 66% morreram de neoplasias e 33,3% de infecções.A comparação das complicações clínicas entre idosos e não idosos mostrou, respectivamente: 91,6% x 62,7% tinham alguma malignidade, 100% x 78% diarreia crônica/intermitente, 33% x 62,7% bronquiectasias, 75% x 65% hepatoesplenomegalia e 83% x 60,4% doenças autoimunes associadas. Conclusão: A maioria dos pacientes com IDCV faleceu antes de atingir a senilidade e a mortalidade foi mais frequente em homens em idosos e não idosos. Em idosos, as principais causas de óbito foram as neoplasias e em não idosos as infecções. Em idosos, o tempo de doença e o retardo diagnostico mais prolongados sugerem uma evolução da IDCV menos grave ao longo da vida, ainda que o desfecho tenha sido neoplasia na maioria deles.

Área

Imunodeficiências

Autores

Igor Rafael Guedes Pereira Brandão, Irina Ewers, Viviane Heintze Ferreira, Luiz Augusto Marcondes Fonseca, Ana Karolina Barreto, Fabiana Lima, Octavio Grecco, Cristina Kokron, Jorge Kalil, Myrthes Toledo Barros