Dados do Trabalho

Título

FREQUÊNCIA DE TESTES DIAGNOSTICOS COM ANESTESICOS LOCAIS POSITIVOS EM PACIENTES COM SUSPEITA DE HIPERSENSIBILIDADE Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Resumo

Introdução: Embora reações adversas a anestésicos locais (AL) sejam frequentes, as verdadeiras reações alérgicas imediatas, mediadas por IgE, são raras e representam menos de 1% de todos os eventos adversos. No entanto, são uma das principais causas de referência de pacientes para a especialidade de Imunologia e Alergia. Conhecer a frequência de testes diagnósticos com AL positivos em pacientes com suspeita de hipersensibilidade a esses fármacos em um ambulatório especializado em hospital terciário. Métodos: Estudo retrospectivo observacional da análise de prontuários e de resultados de testes cutâneos e de provocação de pacientes atendidos em um ambulatório universitário no período de julho de 2017 a junho de 2022 com suspeita de hipersensibilidade aos AL e que foram submetidos aos testes in vivo de investigação com esses fármacos. Resultados: Avaliamos 143 pacientes com história clínica suspeita de hipersensibilidade aos AL, 95 (81%) do sexo feminino, com média de idade de 50,5 anos. O AL mais citado foi a lidocaína (89% dos casos) e a pele foi o órgão mais acometido (62%), sendo 16% das reações haviam sido diagnosticadas como anafilaxia. Não encontramos nenhum teste cutâneo ou de provocação positivo com AL em nenhum dos 143 pacientes. Porém, a sensibilização ao látex foi confirmada em 13% dos indivíduos. Conclusões: Real hipersensibilidade a anestésicos locais é muito rara, a maioria das reações é de origem psicossomática, vasovagal ou até farmacológica, mas a investigação dos casos suspeitos deve incluir o látex, pois esse diagnóstico pode evitar verdadeiras reações futuras IgE-mediadas.