Dados do Trabalho

Título

Uso do AAS em gestantes alérgicas através da dessensibilização: o alergista ajudando a reduzir complicações obstétricas

Resumo

Introdução: Devido a sua ação de inibição da agregação plaquetária, o ácido acetilsalicílico (AAS) é utilizado na prevenção primária de eventos cardiovasculares, inclusive em gestantes para prevenir complicações como pré-eclâmpsia. Estudos recentes demonstraram a segurança e eficácia da dessensibilização ao AAS em gestantes alérgicas, com indicação de uso para prevenção de complicações obstétricas. No entanto, muitas ainda deixam de receber o benefício do uso do AAS porque a dessensibilização ainda é pouco conhecida entre a comunidade médica. Faz-se necessário mais estudos mais estudos sobre o uso do AAS em gestantes alérgicas através da dessensibilização. Objetivo: descrever os procedimentos de dessensibilização ao AAS em gestantes alérgicas realizados em hospital privado durante o período de 1 ano. Resultados. Estudo transversal aprovado pelo comitê de ética que envolveu 7 gestantes submetidas à dessensibilização para dose alvo de 100mg de AAS, em ambiente hospitalar, no período de maio de 2023 a junho de 2024. O protocolo utilizado foi embasado em publicações recentes, com doses crescentes em intervalos de 15 minutos, começando com uma dose de 1 mg de AAS, até a dose alvo. A média de tempo gestacional foi 16 semanas. As indicações para uso de AAS foram estenose de artéria uterina e risco de pré eclampsia. A história de alergia prévia aos AINES foi avaliada através de questionário dirigido baseado no European Network of Drug Allergy. Uma voluntária apresentou urticária e angioedema durante o procedimento e 2 apenas angioedema palpebral. Todas atingiram a dose alvo e nenhuma apresentou reação sistêmica. Todas foram acompanhadas durante o período gestacional e utilizaram o AAS até o final da gestação, sem intercorrências. Discussão: os resultados observados corroboram a eficácia e segurança do uso do AAS em gestantes alérgicas através da dessensibilização. A intervenção do médico alergista pode contribuir para a diminuição de complicações obstétricas nessa população