Dados do Trabalho

Título

Hipersensibilidade a PEG-asparaginase: dessensibilizações bem-sucedidas em pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda

Resumo

A. Introdução: A PEG-asparaginase (PEG-asp) é uma formulação peguilada da L-asparaginase
indicada como tratamento de primeira linha para leucemia linfoblástica aguda (LLA) devido à sua
eficácia na prevenção de recidivas e de acometimento do sistema nervoso central. O objetivo deste
estudo é relatar três casos de reação de hipersensibilidade a PEG-asp em pacientes pediátricos
com LLA que foram submetidos a protocolos de dessensibilização (DS) à droga bem-sucedidos, nos
anos de 2019, 2021 e 2024.
B. Relato do caso: Três pacientes com idades de 5, 6 e 8 anos com diagnóstico de LLA tipo B, em
acompanhamento em hospital oncológico infantil de referência, apresentaram anafilaxia grau II (2/3
medicados com adrenalina IM) durante o tratamento com PEG-asp. Dois estavam na fase de
consolidação do tratamento oncológico, e um estava em protocolo de recaída (reação ocorreu após
a quarta exposição). Foi realizado teste cutâneo de leitura imediata com PEG-asp (pura) e teste
intradérmico (20U/ml), resultando negativo nos três casos. Os pacientes receberam como pré-
medicação anti-histamínico H1 de segunda geração, anti-histamínico H2 e antagonista do receptor
de leucotrienos de acordo com peso e idade. Corticosteroide endovenoso foi administrado conforme
protocolo da oncologia como parte do tratamento. A DS com PEG-asp foi realizada em 13 etapas (3
bolsas), sendo a última bolsa com cinco passos. Nenhum dos pacientes apresentou reação adversa
durante as infusões. Um deles concluiu o tratamento oncológico com sucesso; outro continua com o
protocolo de DS sem reações; porém um veio à óbito por causa infecciosa durante o tratamento.
C. Discussão: A superioridade da PEG-Asp no tratamento da LLA é demonstrada em estudos e o
sucesso do tratamento depende da tolerabilidade do paciente à droga. Um protocolo de DS em 13
etapas para PEG-asp parece ser seguro e eficaz nos casos de anafilaxia, permitindo a manutenção
do tratamento oncológico em pacientes pediátricos com LLA.