Dados do Trabalho

Título

Dessensibilização a rituximabe: Experiência de 26 casos.

Resumo

Introdução: Reações de hipersensibilidade ao rituximabe podem exigir que ele seja descontinuado. Para pacientes com doenças oncológicas, hematológicas e inflamatórias crônicas, a mudança para um medicamento de segunda linha pode impactar negativamente na qualidade e expectativa de vida do paciente. A dessensibilização a medicamentos tornou-se alternativa inovadora para o manejo de reações de hipersensibilidade a drogas, permitindo a manutenção do tratamento de primeira linha. Metodologia: Análise retrospectiva dos prontuários de pacientes submetidos a dessensibilização ao rituximabe, em hospital terciário. Resultados: Avaliados 26 pacientes, 17 sexo feminino e 9 sexo masculino, com média de idade de 49 anos. As doenças de base descritas foram: esclerose múltipla (5 casos), miastenia gravis (5 casos), polineuropatia (3 casos), mielite (3 casos), pênfigo vulgar, linfoma não-Hodgkin, lúpus eritematoso sistêmico, leucemia linfocítica crônica, polimiosite, síndrome de Eaton-Lambert e síndrome de Sjögren. O tempo médio para surgir sintomas após a administração do rituximabe foi de 224 minutos, sendo os sintomas cutâneos e respiratórios os mais prevalentes e, o menos comum, gastrointestinal. Anafilaxia ocorreu em 12 pacientes. O protocolo de dessensibilização mais utilizado foi de 12 etapas com diluição da medicação em 3 bolsas, o que permitiu que todos os pacientes fossem dessensibilizados com sucesso, resultando na continuidade do tratamento. Não houve nenhum óbito. Conclusão: Nosso estudo corrobora com a literatura atual em relação a dessensibilização com rituximabe: predominância do sexo feminino, idade média de 50 anos e sintomas cutâneos mais prevalentes. O protocolo em doze etapas mostrou-se seguro e eficaz na maioria dos casos, promovendo tolerância transitória em 26 pacientes estudados em um único centro.