Dados do Trabalho

Título

Perfil do endotipo na Urticária Crônica

Resumo

Introdução: Urticária crônica espontânea (UCE) pode ter causas autoimunes do Tipo I e Tipo IIb. O objetivo foi descrever o perfil dos endotipos em pacientes com urticária crônica (UC) em um ambulatório UCARE.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo observacional no qual foram avaliados prontuários de pacientes com UC, sem restrição de idade. Foram classificados em com base nos seguintes critérios, sendo necessário que apresentassem pelo menos um deles: Endotipo I - presença de desordem atópica e/ou nível total de IgE ≥ 40 UI/mL; Endotipo IIb - alteração nos níveis de anti-TPO, presença de doença autoimune e/ou nível total de IgE < 40 UI/mL; Sobreposição - presença de pelo menos um critério de cada um dos endotipos.
Resultados: 94 pacientes com UC foram avaliados entre 2023 e 2024, dos quais 81% eram do sexo feminino, com mediana de 47 anos. 77% (n:72) dos pacientes tinham UCE, dos quais 42% (n:30) apresentavam urticária crônica induzida também. Angioedema e hipersensibilidade a anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) estavam presentes em 77 e 26 pacientes, respectivamente. O endotipo I foi o mais prevalente, em 70,21% (n:66) dos casos, seguido pela sobreposição entre os endotipos I e II, presente em 22,34% (n:21) e apenas 7,44% (n:7) foi classificado exclusivamente como Tipo IIb. Entre os pacientes com Tipo I tratados com Omalizumabe, 89% responderam ao tratamento, sendo 62 % respondedores precoces. As desordens autoimunes, principalmente as relacionadas à tireoide, foram mais comuns nos pacientes com endotipo tipo IIb e sobreposição dos Tipo I e Tipo IIb.
Conclusões: O estudo revelou uma predominância do tipo I, consistente com a literatura. As desordens autoimunes, particularmente as tireoidianas, mostraram-se mais associadas aos endotipos IIb e à sobreposição dos tipos I e IIb. Estes resultados destacam a importância de identificar e padronizar a classificação dos endotipos para personalizar e melhorar o tratamento da UC.