Dados do Trabalho

Título

ANAFILAXIA A MANDIOCA EM PACIENTE ALÉRGICO AO LATEX: RELATO DE CASO

Resumo

A Síndrome de látex-alimento pode estar presente em 30-50% dos alérgicos ao látex, e a mandioca é um dos alimentos que fazem parte desta sindrome. É importante que estejamos atentos a essa reatividade, posto que este tubérculo é de amplo consumo no Brasil. Relato de caso: Paciente de 68 anos, sem relato de reações alérgicas prévias. Em abril de 2024 intercorreu com paralisia facial e urticas após realização de colecistectomia. Em maio do mesmo ano, ao cozinhar caldo de mandioca, queixou-se de dispneia, intercorreu com vômitos e urticas. Fez uso de anti-histamínico com boa resposta. Nega contato frequente com luvas de látex, mas relata passado de diversas cirurgias sem intercorrências. Na primeira consulta com médico alergista, em julho de 2024, foi solicitada dosagem de IgE para látex, que resultou em 22,4 (resultado “muito elevado”). Ademais, foi realizado prick to prick com mandioca crua e cozida, resultando em uma pápula de 11mm e 6mm, respectivamente. O controle positivo foi de 6mm. Dessa forma, foi diagnosticada alergia a látex e mandioca. Relatório foi realizado para casos de procedimentos cirúrgicos, orientando utilização de sala "látex free". Além disso, foi orientada a não consumir mandioca e estabelecido plano de ação em caso de reações alérgicas como as descritas, com emprego de anti-histamínico, corticóide sistêmico e adrenalina auto injetável, quando indicado. Discussão: Man e 5, primeiro alérgeno purificado da mandioca, demonstra reatividade cruzada com Hev b5 do látex, que pode desencadear reações sem exposição prévia, sugerindo mecanismo que envolve a síndrome látex-fruta. Em relação a síndrome, além de fatores genéticos, acredita-se que se deva à idade de início da exposição, via de sensibilização, doenças de base, tipo e número de cirurgias realizadas. O diagnóstico é essencial para o tratamento adequado e estabelecimento de um plano de ação com indicação de adrenalina auto injetável.