Dados do Trabalho

Título

Perfil e resposta clínica dos pacientes portadores de UCE em uso de omalizumabe no serviço de Alergia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia

Resumo

A. O tratamento da urticária crônica tem sido revolucionado após a introdução dos imunobiológicos. O objetivo do estudo foi avaliar o perfil dos pacientes portadores de urticária crônica espontânea (UCE) de difícil controle em tratamento com omalizumabe em nosso serviço considerando a resposta clínica e fatores clínico-epidemiológicos associados.

B. : O presente estudo retrospectivo avaliou dados de pacientes em tratamento com omalizumabe devido a UCE no período de 2022 a julho/2024 no serviço de Alergia e Imunologia do Hospital de Clínicas da UFU. A resposta clínica foi avaliada através do urticaria activity score nos últimos 7 dias (UAS7) e os pacientes classificados em respondedores totais, parciais ou não respondedores. Os respondedores foram classificados em rápidos ou lentos. Dados relacionados a fatores agravantes ou de pior prognóstico também foram observados.

C. Dos 10 pacientes em uso de omalizumabe por UCE, 9 são mulheres. A idade varia entre 27 a 80 anos. Duas pacientes apresentam urticária induzida associada e 3 asma alérgica. A maioria dos pacientes (oito) iniciaram com a dose preconizada para UCE (300mg a cada 4 semanas). Após início do tratamento, 6 foram respondedores totais, 2 respondedores parciais, 1 não respondedor e 1 ainda não teve tempo hábil de avaliar resposta.
Os respondedores parciais tem urticária induzida associada (solar e por pressão). O não respondedor apresenta urticária tipo IIb com anticorpo Anti-TPO positivo e hipotireoidismo clínico. Após aumento da dose para 300mg a cada 2 semanas, tanto o paciente com urticária induzida por sol e o paciente não respondedor apresentaram controle total do quadro. Dentre os 8 respondedores, 7 foram respondedores rápidos. Não houve nenhuma reação adversa associada a medicação. Não há pacientes que toleraram ficar sem a medicação.

D. O estudo sinaliza a eficácia e segurança do omalizumabe na UCE. Auto-anticorpos e urticária induzida foram fatores de pior prognóstico como já visto na literatura.