Dados do Trabalho
Título
Tratamento com imunobiológico em criança com esofagite eosinofílica – relato de caso
Resumo
Introdução: O tratamento de Esofagite Eosinofílica (EoE) na pediatria é especialmente desafiador pela necessidade de associar eficácia e segurança. Dietas restritivas podem acarretar prejuízos nutricionais, corticoides deglutidos não possuem perfil de segurança confirmado a longo prazo e inibidores de bomba de próton (IBP) apresentam baixa eficácia. Este relato de caso descreve a evolução clínica de uma criança com EoE grave, após início de tratamento com o imunobiológico dupilumabe.
Relato de caso: Menina, 5 anos, com vômitos desde os 7 meses, impacto no ganho pondero-estatural e ausência de melhora clínica após dieta de restrição e IBP. Evoluiu com recusa alimentar, múltiplos episódios inespecíficos de urticária e anafilaxia e crises de broncoespasmo, associados a altos níveis séricos de IgE específica a múltiplos alimentos e negativos para aeroalérgenos. Aos 18 meses, endoscopia digestiva alta (EDA) identificou estrias longitudinais e presença de até 90 eosinófilos em todas as porções do esôfago. Iniciou tratamento com budesonida em gel (750mg/dia) e manteve dieta restritiva, sem melhora dos padrões clínicos e endoscópicos após 6 meses. Indicado tratamento com Dupilumabe para tratamento da asma (step V): após 2 meses, controle completo da asma, melhora do apetite e dos episódios de reações inespecíficas. Avaliação endoscópica 7 meses após: máximo de 5 eosinófilos/campo de grande aumento.
Discussão: Avanços no uso de imunobiológicos trazem boa perspectiva na pediatria, mas limitações de custo e disponibilidade inviabilizam a aplicação em larga escala. A identificação de endotipos que individualizam a terapêutica deverá definir a melhor opção farmacológica. Atualmente, a gravidade clínica e histológica são os norteadores do tratamento. O anticorpo monoclonal anti-receptor de interleucina (IL)- 4 dupilumabe, único medicamento desta classe para tratamento de EoE até o momento, parece ser alternativa segura e eficaz para a faixa etária pediátrica.
Área
Alergia Alimentar
Autores
Mariana Curto Pasin, Renata Rodrigues Cocco