Dados do Trabalho
Título
Experiência de um centro público terciário sobre o uso de imunobiológicos disponibilizados pelo SUS no tratamento de asma grave
Resumo
Introdução: A asma grave representa cerca de 5% da população de asmáticos e o uso de imunobiológicos (IBs) vem aumentando neste grupo devido à alta eficácia com baixos índices de efeitos colaterais. Esse estudo objetivou avaliar a resposta do uso de IBs disponíveis na rede pública para pacientes com asma grave.
Métodos: Estudo retrospectivo transversal de dados obtidos por registros de prontuário de pacientes asmáticos graves, do ambulatório de asma de um serviço terciário, em uso de mepolizumabe ou omalizumabe. Foram coletadas características demográficas, ACT, número de exacerbações/1 ano, IgE total, eosinófilos séricos, IgE específica, VEF1. Os dados foram avaliados antes do uso e após pelo menos 4 meses dos IBs.
Resultados: Total de 57 pacientes, sendo 73,7% mulheres e média de idade de 54 anos. Os pacientes estavam em uso de IB por 33 meses, em média, cerca de 50% para cada IB, mepolizumabe ou omalizumabe. A média de eosinófilos foi de 391 cel/μL e de IgE total de 363 UI/mL. A polipose nasal foi diagnosticada em 35% da amostra. A atopia foi demonstrada em 75,4% e a média de corticoide inalado era de 1609 mcg/dia de budesonida. Avaliando-se os dados pré e pós o uso do IB, obtivemos melhoras de: função pulmonar (VEF1 de 67% para 74,3%; p= 0,015), ACT (16,3 para 21,1; p<0,001) e frequência de exacerbações (75% para 44%; p<0,001). Ao se comparar subgrupos com uso de omalizumabe ou com uso de mepolizumabe, não houve diferença significativa quanto aos parâmetros avaliados, exceto pela maior redução da taxa de exacerbações para o grupo em uso de omalizumabe.
Conclusão: Nesta amostra, pacientes asmáticos graves receberam IBs disponibilizados pelo SUS, com distribuição semelhante na escolha entre mepolizumabe e omalizumabe. Ambos os grupos obtiveram melhora sintomática (ACT), da função pulmonar (VEF1) e frequência de exacerbações anuais pela asma. É possível concluir que os pacientes com asma grave puderam se beneficiar com a introdução de IBs adequadamente indicados.
Área
Imunoterapia e imunobiológicos
Autores
Julio Cesar de Oliveira, Debora Demenech Hernandes , Beatriz Costa Todt, Jorge Elias Kalil, Pedro Francisco Giavina-Bianchi, Rosana Câmara Agondi