Dados do Trabalho

Título

PERFIL CLÍNICO E COMPORTAMENTO DOS ANTICORPOS IgE VENENO-ESPECÍFICOS DE PACIENTES COM ANAFILAXIA À VENENO DE HIMENÓPTEROS SOB TRATAMENTO COM IMUNOTERAPIA ESPECÍFICA

Resumo

Introdução: Pacientes com alergias aos venenos de himenópteros e que apresentaram anafilaxia são as principais indicações da imunoterapia veneno-específica, mas pouco se conhece sobre o comportamento dos anticorpos IgEs específicos e da resposta clínica após exposição acidental destes pacientes em fase de manutenção ou finalização da imunoterapia.
Métodos: Estudo série de casos com pacientes que tiveram anafilaxia por veneno de himenópteros e foram submetidos à imunoterapia. Foram avaliados após pelo menos um ano de tratamento, quanto ao perfil clínico; níveis de IgE total; testes cutâneos com venenos de himenópteros; IgE específica antes da imunoterapia e na fase de manutenção ou término; triptase sérica; reações adversas e exposição acidental à ferroada.
Resultados: Foram avaliados sete pacientes que apresentaram anafilaxia aos venenos de himenópteros, 71,4% do sexo masculino, sendo 57,2% crianças/adolescentes e 42,8% adultos. A anafilaxia por abelha representou 28,5% e de formiga 71,5%. Dois pacientes (28,5%) apresentaram reação anafilática grau II, três (43%) grau III e dois (28,5%) grau IV de Müller. Todos apresentaram IgE específica para o veneno suspeito da anafilaxia e testes cutâneos positivos. Realizaram repetição das IgE(s) específicas após pelo menos um ano da fase de manutenção, com redução significativa em todos os pacientes, quando comparadas ao valor antes de iniciar a imunoterapia. Um paciente apresentou triptase sérica acima do valor de referência. Durante o tratamento seis pacientes sofreram ferroadas acidentais e apresentaram reações locais leves e apenas um apresentou reação alérgica local extensa.
Conclusões: Apesar de não existir, até o presente, um biomarcador capaz de prever a eficácia definitiva da imunoterapia, a resposta clínica do paciente de forma mais branda após exposição acidental ao himenóptero e a queda significativa dos valores de IgEs específicas são indicadores de indução de tolerância imunológica pela imunoterapia específica.