Dados do Trabalho

Título

USO DE IMUNOBIOLÓGICOS NO TRATAMENTO DE POLIPOSE NASAL EM PACIENTES ASMÁTICOS GRAVES

Resumo

Introdução: Rinossinusite crônica com pólipos nasais (RSCcPN) afeta até 4% da população e se relaciona com a perda de qualidade de vida, além de dificultar o controle da asma. Este estudo objetiva avaliar a efetividade de dois imunobiológicos disponíveis na rede pública (omalizumabe/mepolizumabe) no controle da RSCcPN em pacientes asmáticos graves.
Métodos: Estudo retrospectivo transversal, em que dados foram obtidos por registros de prontuário de pacientes asmáticos graves em uso de mepolizumabe ou omalizumabe de um ambulatório de asma de hospital terciário. Foram coletados dados demográficos, a presença ou não de RSCcPN, características do fenótipo da asma através de IgE total, eosinófilos séricos e atopia. Foram aplicados o escore ACT para asma e o escore de qualidade de vida para rinite SNOT-22 antes do início e após pelo menos 4 meses de uso do imunobiológico (IB).
Resultados: Foram selecionados 57 asmáticos graves e, destes, 20 (35,1%) tinham RSCcPN confirmada. Neste subgrupo, 75% eram mulheres, com média de idade de 59 anos e estavam em uso de IB, em média, há 18,2 meses. Atopia foi observada em 11 pacientes (55%) e eosinófilos séricos (cel/μL) maior do que o grupo sem RSCcPN (519,5 e 321,0 respectivamente; p<0,001). Apenas 1 paciente fazia uso de omalizumabe e os demais (19 pacientes), de mepolizumabe. Houve a melhora importante dos valores de Snot-22 pós uso de IBs - redução da média de 72,6 para 32,6; p<0,001. Concomitantemente, o ACT apresentou melhora importante, 18,4 para 22,9; p<0,001.
Conclusão: A RSCcPN é uma comorbidade frequente no paciente com asma grave não controlada, favorecendo a exacerbações da asma. Neste estudo, a introdução de IB para o tratamento da asma grave levou a uma melhora importante da qualidade de vida relacionada à RSCcPN. Portanto, este estudo valorizou a necessidade de se considerar a presença de polipose nasal como dado positivo no momento da decisão quanto à inclusão de IBs no tratamento destes pacientes.