Dados do Trabalho

Título

Perfil Sociogeográfico da Mortalidade por HIV/AIDS no Brasil: análise de uma década.

Resumo

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um retrovírus que infecta os linfócitos TCD4 e suprime a resposta imune, culminando na síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Fatores como sintomas inespecíficos, vulnerabilidade e discriminação favorecem a disseminação e o tratamento tardio, aumentando a incidência e a mortalidade. Assim, é necessário estudar o perfil geográfico da mortalidade por HIV para orientar estratégias de prevenção e políticas públicas. Metodologia:Estudo ecológico, retrospectivo, descritivo e quantitativo, com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), de 2013 a 2023. Variáveis: internações, óbitos. taxa de mortalidade quanto à sexo, faixa etária, cor/raça e regiões. Resultados: Entre 2013 e 2023, houve 128.255.462 internações, das quais 58,4% eram do sexo feminino e 41,6% do sexo masculino. A faixa etária com mais internações foi de 20-29 anos (17,5%). Quanto à cor/raça, 39% declararam-se pardos, maioria no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto brancos (32,7%), predominam no Sudeste e Sul. Foram registrados 5.936.322 óbitos, com maior parte do sexo masculino (53,65%). O maior número de óbitos foi acima de 60 anos (68%). Os brancos representaram 37,3% dos óbitos, com predomínio nas regiões Sudeste e Sul. Os pardos (33,46%) são maioria nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. As tendências de internações e óbitos quanto a sexo e faixa etária repetem-se regionalmente. Os indígenas possuem maiores taxas de mortalidade, principalmente no Sul (37,5) e exceto pelo Sudeste – onde os amarelos assumem (12,62). Conclusão: Os dados revelam desigualdade na mortalidade por HIV no Brasil, com maior taxa no Nordeste e Sudeste. Os indígenas foram os mais afetados no Sul, e os pardos no Nordeste. Homens foram predominantemente afetados, especialmente entre 30-49 anos. Desse modo, urge a formulação de ações voltadas à educação em saúde, fortalecimento da terapia antirretroviral e acesso à rede assistencial para populações em risco.