Dados do Trabalho
Título
Expressão periférica normal de FOXP3 em pacientes com IPEX: Qual o melhor biomarcador?
Resumo
Justificativa: Se outrora a Síndrome IPEX era descrita em pacientes com a tríade clássica, atualmente, casos de pacientes com apenas um sintoma e eventual surgimento de outros ao longo de anos já foram reportados. O diagnóstico final é genético e a expressão periférica de FOXP3 pode variar.
Métodos: Dados de três pacientes IPEX foram extraídos. Os pacientes foram sequenciados através do genoma. A expressão de FOXP3 em sangue periférico nas Treg (CD3+CD4+FOXP3+) foi mensurada nestes, em controles saudáveis e em outras síndromes imunodesregulatórias.
Resultados: Enteropatia, eczema e alergia alimentar foi achado universal (P1,P2 e P3). Observou-se frequência variada de autoimunidade, autoinflamação e imunodeficiência entre os pacientes: P1 (múltiplas infecções pulmonares, artrite deficiência de IgA, vitiligo, alopecia areata, anti-músculo liso positivo); P2 (diabetes autoimune, hiper IgE, hipogamaglobulinemia); P3 (alopécia areata, artrite, ANCA c 1/20). Todos carreavam mutações patogênicas no gene FOXP3 (P1 e P3: c.1150 G>A, p.Ala348Thr; P2: c.1117_1118delinsGC, p.Phe373Ala). Observou-se níveis normais de CD3/CD4/CD8/CD19/NK e de células T duplo negativos totais normais (CD3-/CD4-/TCRalfa+/TCRbeta+). Não se observou diferença estatística entre a expressão de FOXP3 entre os pacientes e os controles saudáveis (p=0,1).
Conclusões: Nossos achados reforçam a importância dos sinais de alerta entre os pacientes com eczema e alergia alimentar. A expressão periférica de FOXP3 não é um bom biomarcador para diagnóstico em mutações missense. O diagnóstico final é genético e variantes de significado incerto no gene FOXP3 requerem maiores estudos.
Área
» Imunodeficiências
Autores
Alex Isidoro Ferreira Prado, Jaqueline Cubo Brandão, Danielli Bichuetti , Ligia Maria Machado, Cristina Maria Kokron , Amanda Melato, Samar Freschi de Barros, Myrthes Toledo Barros, Jorge Kalil, Leonardo Oliveira Mendonça