Dados do Trabalho

Título

Extrato de ácaros para imunoterapia: mais do que Der p 1 e 2

Resumo

Justificativa: A Imunoterapia Alérgeno Específica é um tratamento eficaz e seguro, porém, a despeito dos grandes avanços feitos na área molecular diagnóstica, há um grande descompasso em relação ao tratamento, já que falta padronização quali/quantitativa dos alérgenos nos extratos, cuja composição permanece pouco estudada. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi caracterizar o extrato de ácaros utilizado na imunoterapia sublingual dos pacientes do nosso serviço.
Métodos: O extrato comercial de ácaros utilizado em pacientes submetidos a imunoterapia sublingual para rinite alérgica foi submetido à análise proteômica por shotgun. Os dados gerados foram submetidos em dois bancos de dados, Astigmata e Swiss-Prot, para identificação. As proteínas identificadas foram submetidas à ferramenta de predição de potencial alergênico, AllerCatPro.
Resultados: Foram identificadas 79 proteínas, dentre elas, 18 alérgenos de D. pteronyssinus, 15 de D. farinae e 3 de B. tropicalis. Identificamos também 16 alérgenos de outras nove espécies de ácaros. As outras 27 moléculas identificadas dividem-se em alérgenos de outros artrópodes, insetos, fungos, animais, parasitas e plantas. O extrato mostrou-se bastante rico e heterogêneo em alérgenos de ácaros, que apesar da diversidade não estão quantificados. Além disso, chama atenção a presença de alérgenos de outras fontes.
Conclusões: Verificamos que o extrato usado para imunoterapia contém vários alérgenos além de Der p 1 e Der p 2, os únicos que precisam ser comprovados na mistura. Nossos resultados corroboram que a padronização de extratos alergênicos para imunoterapia é fundamental para acompanhar os avanços alcançados no diagnóstico molecular. Se por um lado a presença de outros alérgenos importantes pode ser útil na dessensibilização de outras moléculas, aumentando a eficácia do tratamento, por outro, a detecção de outros que podem ser contaminantes, podem interferir na segurança ou até mesmo causar novas sensibilizações.

Área

» Imunoterapia