Dados do Trabalho

Título

Evolução da COVID-19 em pacientes com EII acompanhados em Hospital Terciário

Resumo

Justificativa: Erros inatos da imunidade (EII) são um grupo heterogêneo de doenças que podem se relacionar a risco maior de complicações pela infecção pelo SARS-CoV2. O objetivo deste trabalho é relatar um grupo de pacientes com EII e infecção pelo SARS-CoV2.

Métodos: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes atendidos no Ambulatório de EII de jul/20 a jul/22, obtendo dados demográficos, tipo de EII, comorbidades, uso de medicações, quadro clínico e complicações pela COVID-19.

Resultados: Cinco pacientes confirmaram infecção pelo SARS-CoV2. Três necessitaram de internação: 1)EFP, 43a, fem, imunodeficiência comum variável (IDCV), bronquiectasias, uso regular de IGIV, COVID-19 em set/19 (tosse, dispneia, febre, prostração, anorexia e mialgia). Internada por 41 dias. Necessitou de UTI, ATBs de amplo espectro, antifúngico, ganciclovir, esquema RIPE e oxigenioterapia. TC de tórax: infiltrado em vidro fosco. 2)LLS, 25a, masc, angioedema hereditário e hipotireoidismo, COVID-19 em dez/21 (coriza, tosse, dispneia, anosmia, mialgia e diarreia) evoluindo com angioedema de membro superior e dor abdominal grave. Internado por 1 dia para infusão de plasma fresco e azitromicina. 3)JFS, 11a, fem, neutropenia cíclica em remissão, COVID-19 em jan/22 (febre, vômitos e anorexia). Internada por 7 dias com neutropenia grave. Usou cefepime, oseltamivir e filgrastim. 4)CMA, 44a, fem, IDCV, uso regular de IGIV, tireoidite autoimune, PTI e granuloma hepático, COVID-19 em set/20 (tosse, prostração, odinofagia, mialgia e diarreia). 5)GDB, 25a, masc, IDCV, uso regular de IGIV, COVID-19 em jan/21 (tosse, congestão nasal, coriza, dispneia, anosmia, febre, cefaleia e mialgia). TC de tórax: infiltrado em vidro fosco. Todos com boa evolução.

Conclusão: Embora a casuística seja pequena, nossos resultados corroboram com estudos prévios evidenciando um bom desfecho na maioria dos pacientes. As comorbidades como bronquiectasias e cardiopatias são fatores de risco para pior evolução da COVID 19.