XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Correlação genótipo/fenótipo em pacientes brasileiros com angioedema hereditário por deficiência do inibidor de C1

Resumo

A.Justificativa: O angioedema hereditário (AEH) é uma doença rara com herança autossômica dominante. Na maioria dos pacientes, a doença resulta da deficiência do inibidor de C1 (C1-INH) devido a variantes no gene SERPING1. Estudos que avaliaram a correlação genótipo-fenótipo em pacientes com AEH-C1-INH mostraram resultados conflitantes.
B.Métodos: 74 pacientes pertencentes a 20 famílias distintas foram caracterizados com base nas variantes de SERPING1. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo 1,pacientes com deleção, inserção, duplicação, códon de parada, variante nonsense e variantes afetando Arg466 no centro reativo (n=58); e Grupo 2, pacientes com variantes missense, com exceção das variantes em Arg466 (n=16). DNA genômico foi extraído do sangue total ou da mucosa oral, e a PCR foi realizada usando primers específicos para SERPING1.
C.Resultados: A idade média de início dos sintomas foi de 14,1 anos e 10,1 anos; o sexo feminino esteve presente em 60,7% e 50%; sensibilidade a estrogênio foi relatada por 13/28 (46,4%) e 5/9 (55,5%); dos pacientes sintomáticos, os ataques abdominais foram os mais frequentes, relatados por 49/53 (92,4%) e 12/13 (92,3%) dos pacientes dos Grupos 1 e 2, respectivamente. A gravidade foi avaliada pelo score de Ferraro et al., sendo identificados 20,7% e 7,6% pacientes apresentando doença leve; 24,5% e 30,7% doença moderada; 54,7% e 61,5% doença grave, nos Grupos 1 e 2, respectivamente. Profilaxia de longo prazo foi relatada por 74,5% e 84,6%, sendo a profilaxia com andrógenos a mais utilizada com 77,5% e 63,6%, respectivamente. Não houve diferenças significantes para parâmetros clínicos, gravidade da doença e opções de tratamento nos dois grupos.
D.Conclusões: Pacientes com AEH-C1-INH no Brasil com doença em sua maioria moderada e grave são tratados com terapias de segunda linha para profilaxia de longo prazo. Não foi observada associação de genótipo e características clínicas, incluindo gravidade da doença.

Área

» Imunodeficiências

Autores

José Eduardo Seneda Lemos, Isabela Maria Anselmo Ribeiro Simões, Fernanda Leonel Nunes, Maria Eduarda Trocoli Zanetti, Marina Mendonça Dias, Adriana Santos Moreno, Luana Sella Motta Maia, Orlando Trevisan Neto, Mariana Paes Leme Ferriani, Luisa Karla Arruda