XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Distúrbio Neuropsiquiátrico Autoimune Pediátrico Associado a Infecção Estreptocócica - Relato de caso

Resumos

JUSTIFICATIVA: O Distúrbio Neuropsiquiátrico Autoimune Pediátrico Associado a Infecção Estreptocócica é definido por apresentação aguda de transtorno obsessivo compulsivo e distúrbios de tiques após a infecção por estreptococos do grupo A. A incidência não é conhecida, porém apresenta prevalência presumível de 0,1-0,2% na população pediátrica. Ademais, sabe-se que é causada por resposta autoimune em que há produção de anticorpos por reação cruzada. Assim, é essencial a disseminação do conhecimento sobre a doença para possibilitar diagnóstico, tratamento precoce e possíveis formas de prevenção. RELATO DE CASO: Paciente, 10 anos, sexo masculino, procurou atendimento otorrinolaringológico com quadro de odinofagia e febre há 4 dias. Ao exame físico a orofaringe encontrava-se hiperemiada, edemaciada, com exsudatos purulentos em amígdalas e petéquias em palato mole. Mediante hipótese diagnóstica de faringotonsilite estreptocócica, foi orientada a coleta de exame de cultura e prescrito antibioticoterapia empírica. Inicialmente o paciente apresentou melhora clínica, contudo, após 4 semanas, apresentou comportamento atípico de movimentos coreiformes e tiques vocais. O paciente foi encaminhado ao psiquiatra infantil, o qual diagnosticou o distúrbio e instituiu tratamento com fluvoxamina, terapia cognitivo comportamental e sugeriu amigdalectomia. DISCUSSÃO: A principal hipótese fisiopatológica defende que crianças susceptíveis produzem anticorpos não-seletivos à antígenos da bactéria que, pela presença de epítopos similares, ligam-se a receptores de dopamina ou a outros antígenos próprios. Como consequência, ocorrem alterações na neurotransmissão por dopamina levando ao aparecimento dos sintomas neuropsiquiátricos: labilidade emocional, alterações de personalidade, hiperatividade motora e movimentos coreiformes. Diante desse contexto, propõe-se o desenvolvimento de estudos longitudinais prospectivos que procurem definir o intervalo temporal entre a infecção e a sintomatologia.

Área

» Autoimunidade e Transplantes

Autores

Ana Carolina Medeiros Andrade, Gabrielle do Nascimento Holanda, Rachel de Souza Aquino, Camila Emily Batista Lopes, Rebeca de Souza Aquino