Dados do Trabalho

Título

Perfil dos indivíduos com suspeita de alergia ao amendoim em centro de referência em alergia alimentar

Resumo

Justificativa: reações alérgicas ao amendoim são comuns em vários países do mundo, sendo frequente reações graves. Pouco se sabe sobre a alergia a amendoim no Brasil.
Métodos: estudo retrospectivo a partir da avaliação de prontuários de pacientes com suspeita de alergia ao amendoim, no período de 2015 a 2022, em ambulatório de Centro de referência em Alergia. Foram avaliados: a idade da primeira reação, sintomas, sensibilização alérgica, realização de Teste de Provocação Oral (TPO), outras alergias alimentares e eczema associado.
Resultados: foram analisados prontuários de 18 pacientes, atualmente com idade entre 6 e 15 anos. Desses pacientes 12 são
do sexo masculino (64%). A idade da primeira reação variou entre 5 meses e 5 anos, com média de 2,2 anos. Do total, ao ingerir amendoim, 6 (33%) tiveram anafilaxia, 5 (28%) urticária, 1(5%) piora de eczema, 1 (5%) piora da esofagite eosinofílica. Embora todos fossem sensibilizados, 5 (28%) nunca haviam ingerido. Seis pacientes realizaram teste de provocação oral (33%), todos foram negativos (100%), destes pacientes 1 com história de urticária, 1 piora de eczema, 4 nunca haviam ingerido. Dos 18 pacientes, 15 (83%) apresentavam outras alergias alimentares. Os alimentos mais associados foram ovo e castanhas, 8 (44%) pacientes cada um.
Do total de pacientes, a maioria, 11 (61%) apresentam dermatite atópica.
Conclusões: reforça-se que sensibilização nem sempre corresponde a alergia, sendo indicado TPO para confirmação diagnóstica, principalmente se história pouco sugestiva, evitando-se assim restrições desnecessárias. Foi observado associação de alergia ao amendoim com alergia às castanhas e em crianças com alergia ao ovo e dermatite atópica, como evidenciado em literatura.