Dados do Trabalho

Título

Angioedema Hereditário com edema marginatum e a dificuldade em orientar o tratamento adequado nas crises

Resumos

Justificativa: Ressaltar a importância do conhecimento do Angioedema mediado por bradicinina por outras especialidades para evitar tratamentos inadequados.
Relato de caso: M.V.F.C., 22 anos, feminino, há 1 ano iniciou quadro semanal de edema autolimitado, circunscrito, assimétrico, desfigurante e não pruriginoso em lábios, olhos e língua, e ocasionalmente em mãos e pés, associados a máculas avermelhadas de caráter fugaz e bordos mal delimitados com aparecimento em membros superiores e inferiores. Relatava uso de anti-histaminícos e corticosteróides em Prontos Socorros durante as crises, sem melhora do quadro. Havia iniciado, recentemente, uso diário de anticoncepcional combinado. Em primeira consulta com o alergista, em centro de referência em Campina Grande - PB, foi indicado tratamento com anti-histamínico contínuo e aumentado até dose quadruplicada de levocetirizina. Sem melhora, a hipótese de Angioedema Hereditário com Eritema Marginatum foi levantada. Solicitados exames que mostraram Inibidor de C1 esterase funcional de 39% (em duas dosagens) e C4 de 17, confirmando o diagnóstico de AEH tipo II, prescrito Oxandrolona 5mg/dia, realizado relatório para uso do plasma fresco ou Icatibanto nas crises e orientada a utilizar anticoncepcional apenas com progesterona. Em retorno, relata ter apresentado um episódio de angioedema labial importante, procurando emergência, mas insistiram em tratamento com anti-histamínico e corticoide. Após piora do quadro, optaram por realizar o plasma fresco.
Discussão: O caso chama atenção para o fato que mesmo com relatório com diagnóstico e orientações escritos por especialista alergista e imunologista, alguns profissionais insistem em tratar crises de angioedema do tipo bradicinérgico com anti-histamínicos e corticoides, muitas vezes por falta de conhecimento deste tipo de patologia.