Dados do Trabalho
Título
Ensaio multiplex de PCR em Tempo Real para patógenos gastrointestinais no diagnóstico de diarreia infecciosa na Imunodeficiência Comum Variável
Resumo
Justificativa: Avaliar o uso do painel de PCR multiplex para o diagnóstico de diarreia infecciosa em pacientes com Imunodeficiência Comum Variável (IDCV) e correlacionar com a presença de diarreia crônica/recorrente e alterações histopatológicas nas biópsias. Diarreia é um dos sintomas mais comuns na IDCV e seu manejo adequado depende de sua etiologia. O ensaio de PCR multiplex para a detecção de patógenos gastrointestinais tem se mostrado superior aos métodos convencionais, porém o seu papel na prática clínica ainda precisa ser definido.
Métodos: Estudo retrospectivo e prospectivo de 42 pacientes com IDCV acompanhados no Ambulatório de Imunodeficiências do HC-FMUSP. Amostras de fezes foram congeladas a -800C. A análise de 17 patógenos foi realizada com PCR Multiplex GastroFinder® 2SMARTkit.
Resultados: 24 pacientes (57%) tiveram resultado PCR positivo. Os patógenos mais comuns foram Campylobacter em 33% dos casos, Giardia em 30%, E.coli enteropatogênica em 18%, Clostridium dificille e norovírus em 6%. Entre os pacientes com diarreia no momento da coleta de fezes, 70% apresentaram resultado positivo. Curiosamente, 47% dos pacientes sem diarreia crônica/recorrente, também testaram positivo. Na análise dos pacientes com alteração histológica do cólon, 60% com diarreia crônica/recorrente tiveram PCR positivo (p < 0,01).
Conclusão: PCR multiplex é útil para o diagnóstico de patógenos entéricos na IDCV. A presença de diarreia no momento da coleta das fezes aumenta a taxa de positividade dos exames. Entretanto, a detecção de patógenos em pacientes sem diarreia deve ser interpretada com ponderação. Os patógenos encontrados em nossa coorte são semelhantes aos relatados na literatura. A hiperplasia linfóide e a colite crônica são as anormalidades histológicas mais comuns encontradas e correlacionadas com diarreia crônica/recorrente. Concluindo, o PCR multiplex melhorou a detecção de patógenos gastrointestinais, mas a interpretação dos resultados deve ser criteriosa.
Área
» Imunodeficiências
Autores
BEATRIZ COSTA TODT, Cristina Maria Kokron, Myrthes Toledo Barros, João Renato Rebello Pinho, Cecília Eugênea Charbel, Priscila Saihg, Octavio Grecco , Ana Karolina B B Marinho, Jorge Kalil, Fabiana Mascarenhas Souza Lima