XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

COVID-19 E IMUNODEFICIÊNCIA: EVOLUÇÃO DE PACIENTES PEDIÁTRICOS EM UM CENTRO TERCIÁRIO

Resumo

Justificativa: Questiona-se se imunodeficiência levaria a pior evolução da COVID-19, e se haveria diferença da evolução da doença entre erros inatos da imunidade (EII) e imunodeficiências secundárias (IS). O objetivo deste trabalho é avaliar a COVID-19 nestes pacientes.
Metodologia: Avaliou-se pacientes do ambulatório de Imunologia com diagnóstico de COVID-19 por RT-PCR ou sorologia. A sua evolução foi vista por questionário e dados do prontuário.
Resultados: 31 pacientes tiveram COVID-19, 8(25,8%) com IS e 23(74,2%) com EII. Entre as IS tinha-se síndrome nefrótica + imunossupressores (4-50%), imunobiológicos + imunossupressores (2-25%), imunossupressores + quimioterápicos (1-12,5%) e imunossupressores pós transplante de órgão sólido (1-12,5%). Entre os EII tinha-se defeitos predominantemente de anticorpos (10-43,5%), imunodeficiências combinadas com características sindrômicas (10-43,5%), defeitos congênitos dos fagócitos (1-4,3%), doenças da desregulação imune (1-4,3%), desordens autoinflamatórias (1-4,3 %). 6(75%) pacientes com IS e 18(78%) com EII faziam reposição de imunoglobulina humana. Entre as IS, 4 (50%) eram meninos e 4(50%) meninas, com idade entre 2 e 17 anos (mediana 7 anos). Já nos EII, 14(61%) eram meninos e 9 (39%) meninas, com idade entre 10 meses e 18 anos (mediana 8 anos). Quanto à evolução, nos EII, 8(34,8%) foram assintomáticos, 11(47,8%) leves e 4(17,4%) moderados/graves - 1(4,3%) necessitou de UTI. Já nas IS, 5(62,5%) foram leves e 3(37,5%) moderados/graves, com necessidade de UTI, oxigenoterapia e antibiótico endovenoso - 1(12,5%) necessitou de drogas vasoativas. Nenhum óbito foi verificado entre os grupos. O tempo médio de internação foi de 11 dias para os EII e de 15 dias as IS.
Conclusão: Conclui-se que ambos os grupos tiveram evolução satisfatória da COVID-19, onde mais da metade apresentou sintomas leves ou assintomáticos. Imunodeficiência (EII ou IS ) não resultou em maior gravidade da COVID-19 nas crianças estudadas.

Área

» Imunodeficiências

Autores

Larissa Ferreira Matos , Claudia França Cavalcante Valente, Karina Mescouto Melo, Fabíola Scancetti Tavares