XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

UTILIZAÇÃO DE MEPOLIZUMAB NA SÍNDROME HIPEREOSINOFÍLICA VARIANTE LINFOCÍTICA :UM RARO RELATO DE CASO

Resumos

Justificativa: Relatar a experiência do uso de Mepolizumabe em paciente portador de Síndrome Hipereosinofílica variante Linfocítica (SHE-L). Relato do Caso: Homem de 40 anos chega ao ambulatório de Imunologia com queixa de prurido, crises de angioedema de mãos, pés e lesões papulares disseminadas em tronco e membros superiores, associadas a febre. Havia também marcante eosinofilia em sucessivos hemogramas, chegando a 4.321 eos/mm3 pré-terapia. O quadro teve início há 4 anos, sendo descartado desordens neoplásicas e infecciosas. O diagnóstico de SHE-L foi confirmado através de imunofenotipagem por citometria de fluxo, com identificação linfócitos T anômalos. Paciente fez uso de imatinibe, ciclosporina A, hidroxiuréia e prednisona sem melhora da eosinofilia e do quadro clínico. Também fez uso de omalizumab e anti-histamínico em dose quadruplicada na tentativa de diminuir o prurido e o angioedema, sem respostas. Em outubro de 2021, foi iniciado tratamento com mepolizumabe na dose de 300mg a cada 4 semanas via subcutânea, sendo mantida prednisona 20mg. Após 3 meses de uso, paciente teve remissão completa das lesões de pele, prurido, angioedema e queda da eosinofilia para 98/mm3, permitindo redução de 10mg na prednisona. Paciente segue em uso da medicação há 10 meses, apresentando apenas duas exacerbações (no mês 4 e 6 após início da terapia). Paciente segue em remissão clínica e em redução de prednisona. Discussão: Até onde sabemos, este é o primeiro relato no Brasil sobre uso de mepolizumabe para SHE-L. Após o início do mepolizumabe, houve resposta clínica e laboratorial importante, com melhora significativa na qualidade de vida, além da possibilidade de redução de dose de corticóide sistêmico. A resposta clínica do biológico neste caso corroborou a literatura, mostrando que o mepolizumabe foi efetivo na indução da remissão clínica, diminuição da eosinofilia, diminuição do uso de corticóide sistêmico, e melhora impactante na qualidade de vida deste paciente com SHE.

Área

» Imunodeficiências

Autores

CATHERINE SONALY MARTINS, RAFAELA MANGUEIRA CUNHA, LYLIAN ALVES GOMES, ELISA MENDONÇA AMARAL DE MEDEIROS, LUIZA SILVA FERREIRA, MARIA DANTAS NUNES BEZERRA, GUSTAVO RODRIGUES PAULO, GABRIEL MONTEIRO MARQUES MORAIS, ESTER SOARES ALMEIDA, MARIA SOCORRO VIANA DE SÁ