XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Endótipos de crianças e adolescentes asmáticos acompanhados em um ambulatório terciário.

Resumo

JUSTIFICATIVA: Atualmente compreende-se a asma como um termo guarda-chuva que engloba diferentes apresentações clínicas com dois mecanismos fisiopatológicos (endótipos) principais: T2-high e T2-low. Utilizamos biomarcadores para analisar o endótipo de crianças e adolescentes asmáticos seguidos ambulatorialmente em um serviço terciário e como esses biomarcadores podem estar associados aos desfechos dos pacientes estudados. MÉTODOS: Todos os pacientes de um ambulatório de asma com consultas entre 15/10/2021 e 26/06/2022 foram incluídos. Para estudo do endótipo, revisamos os prontuários e registramos os seguintes biomarcadores: IgE sérica total (valores de referência por idade), eosinofilia periférica (considerada acima de 300/mm3) e sensibilização a aeroalérgenos por prick-test ou pesquisa de IgE específica. Consideramos como desfechos o controle dos sintomas na última consulta e a ocorrência de exacerbações com procura a pronto-atendimento e/ou uso de corticoide oral no último ano. RESULTADOS: A análise incluiu 100 pacientes, com idades entre 4,2 e 18,7 anos (mediana 12,8) e predomínio do sexo masculino (65%). A maioria dos pacientes encontrava-se nas etapas de tratamento 3-5 do GINA (71%). A sensibilização por aeroalérgenos estava presente em 84% dos pacientes, sendo o dermatophagoides pteronyssinus o alérgeno mais comum (62%). Em 79% dos pacientes houve documentação de IgE sérica total aumentada para a idade, com a mediana de IgE de 783UI/ml. Documentamos eosinofilia periférica em 88% dos pacientes, com mediana de 470/mm3. A presença de sensibilização a aeroalérgenos, eosinofilia e IgE sérica >780UI/ml foi associada a pior controle da doença (OR 3,26 IC95% 1,36-7,88, ajuste por sexo), mas não a exacerbações no último ano (p=0,255). CONCLUSÃO: A grande maioria dos pacientes incluídos apresentava biomarcadores compatíveis com um perfil T2-high. Biomarcadores podem estar associados a desfechos da doença, contribuindo para o melhor manejo ambulatorial da asma.

Área

» Asma

Autores

BRAIAN LUCAS AGUIAR SOUSA, BENI MORGENSTERN, MAYRA B DORNA, ANA PAULA B M CASTRO, ANTONIO C PASTORINO