Dados do Trabalho

Título

RINITE ALÉRGICA LOCAL NA INFÂNCIA COM BOA RESPOSTA A IMUNOTERAPIA PARA BLOMIA TROPICALIS

Resumos

JUSTIFICATIVA: A rinite alérgica local (RAL) é um fenótipo novo de rinite alérgica
que não apresenta sensibilização alérgica sistêmica, diagnosticada pelo teste de
provocação nasal específico (TPNe). Estudos recentes indicam que a imunoterapia
específica (ITe) é efetiva na RAL em adultos, porém evidências em crianças ainda
são necessárias.
RELATO DO CASO: Paciente 13 anos, feminino, sintomas de rinite desde os 2
anos e agravamento aos 8, caracterizados por prurido, espirros e obstrução nasal.
Apesar de boa adesão ao tratamento, não apresentava controle com
corticosteroide tópico nasal e anti-histamínico oral. Em duas ocasiões teve
resultados negativos para bateria aeroalérgenos (IgE específica sérica e teste
cutâneo de leitura imediata). Posteriormente, realizou TPNe múltiplo (TPNe-M)
com D. pteronyssinus (Dp) e Blomia tropicalis (Bt) apresentando positividade para
Bt na concentração de 1/100, com queda de 29% do volume da cavidade nasal
nos 5 primeiros centímetros (V5; rinometria acústica). Iniciada imunoterapia
sublingual (ITSL) para Bt com redução parcial dos sintomas após o 4º mês e
controle adequado a partir do 9º mês. Após 18 meses de ITSL, repetido TPNe-M,
negativo para Dp e Bt. Paciente atualmente tem sintomas nasais controlados
(Escore de sintomas nasais: 4 vs 6 no início do tratamento), na fase de
manutenção da ITSL (20º mês) e em uso eventual de anti-histamínico oral.
CONCLUSÕES: O diagnóstico da RAL é subestimado durante a infância devido a
limitações na realização do TPNe e escassez de informações e estudos nesta
faixa etária. A distinção da RAL da rinite não alérgica, amplia possibilidades
terapêuticas, como a ITe e cuidados ambientais. Percebe-se necessidade de mais
estudos sobre RAL na infância e adolescência visando aumento nos diagnósticos
e instituição de tratamento precoce.

Área

» Rinite, rinossinusite, polipose nasal e alergia ocular