XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Anafilaxia ao plasma seminal: relato de caso.

Resumos

A. Justificativa: Caso clinico de anafilaxia ao plasma seminal, quadro raro, com poucos relatos na literatura mundial. B. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 25 anos, com prurido nasal e angioedema palpebral após relação sexual. Após nova relação evoluiu com anafilaxia (urticária e síncope). Relato de relações prévias sem preservativos. Nega alergia a látex e atopias. Realizado prick to prick com plasma seminal positivo com pápula de 9mm. Confirmada alergia ao plasma seminal, orientado uso de preservativo e plano de ação como prevenção à novos episódios. C. Discussão: Reações alérgicas ao plasma seminal podem ser sistêmicas ou localizadas, durante ou após a relação sexual vaginal. Nas reações imediatas, os sintomas iniciais incluem prurido vulvar, vaginal ou edema local, seguido de prurido difuso e ocular, obstrução nasal, urticária ou angioedema, que se iniciam durante o ato sexual ou minutos após ejaculação. Hipersensibilidade ao plasma seminal é vista em indivíduos do sexo feminino, principalmente entre 20 e 30 anos e decorre de reação de hipersensibilidade do tipo I com teste cutâneo positivo. Deve-se afastar outros alérgenos, como látex, alimentos e medicamentos ingeridos pelo parceiro entre 2 a 3 horas antes da relação. O padrão-ouro para diagnóstico envolve uma história clínica consistente de sintomas alérgicos durante e/ou após a exposição à ejaculação, sendo prevenível pelo uso de preservativos e sem outra causa definida. Definir plano de ação para situações emergenciais e orientar uso de preservativo é fundamental. Pode ser realizada dessensibilização intravaginal com diluições do fluido seminal (mais utilizada por ser mais simples e de menor custo) ou dessensibilização subcutânea utilizando frações de proteínas do plasma seminal purificado. Após tratamento, recomenda-se que o casal mantenha 2 a 3 relações sexuais desprotegidas por semana para manter tolerância. Não há contraindicação dessas formas de tratamento para mulheres que desejam engravidar.

Área

» Urticária e angioedema

Autores

Eduardo Cunha Souza Lima, Marina Cunha Souza Lima, Maria Laura Pires Carvalho Pereira, Aline Pereira Araújo, Eduardo Magalhães Souza Lima, Ingrid Pimentel Cunha Magalhães Souza Lima